Decisão de Moraes troca três vezes a palavra “como” por “corno”
A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou a operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados nesta quinta-feira (8/2) apresenta uma peculiaridade curiosa em alguns trechos do documento. Em três instâncias, o texto substitui a palavra “como” por “corno”.
A confusão ocorre ao reproduzir trechos do parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR). No original, entretanto, a grafia está correta. Por exemplo, a frase “Um grupo de pessoas é apontado como responsável pelo constante assessoramento jurídico e pela elaboração de minutas de decretos, com os fins de consumar um golpe de Estado” é alterada na decisão, substituindo “como” por “corno”.
O mesmo erro é evidenciado na reprodução da justificativa da PGR para a prisão preventiva do major Rafael Martins de Oliveira. A decisão menciona: “O Major Rafael Martins de Oliveira, conhecido corno ‘JOE’, com formação em Forças Especiais, foi identificado como interlocutor de Mauro Cid na coordenação de estratégias adotadas pelos investigados para a execução do golpe de Estado e para a obtenção de formas de financiar as operações do grupo criminoso”.
Outra substituição ocorre no trecho que descreve a atuação de Marcelo Câmara, preso durante a operação da PF: “Era considerado um dos assessores mais próximos do ex-Presidente da República, tendo sido, após o término do mandato, nomeado corno um de seus auxiliares residuais, viajando aos EUA para acompanhá-lo”.