
“Defesa de Bolsonaro Questiona Colaboração de Cid, Acusando Pressão de Moraes”
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está preparando um pedido para anular o acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens na Presidência. O principal argumento é que o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre a tentativa de golpe, teria ameaçado a família de Cid para pressioná-lo a firmar o acordo de delação.
Em entrevista à GloboNews, o advogado Celso Vilardi, que representa Bolsonaro, questionou a atuação de Moraes. Ele afirmou: “Pode o juiz dizer ao colaborador que, se ele não contar a verdade, sua família será prejudicada, e ele perderá benefícios como a imunidade para seus entes queridos? Precisamos debater isso.”
Além disso, a defesa de Bolsonaro alegou que Cid foi forçado a cooperar com a investigação devido a ameaças de prisão e de retaliações contra seus familiares. No entanto, esse argumento contradiz os próprios termos do acordo de colaboração de Cid, que foi homologado em agosto de 2023.
Cid havia solicitado benefícios específicos em troca de sua colaboração, como a redução da pena e a proteção para ele e seus familiares. A Justiça havia deixado claro que, caso ele descumprisse o acordo, poderia enfrentar prisão preventiva e a revogação dos benefícios. Durante uma audiência, Moraes destacou que a colaboração exige não apenas “benefícios”, mas também “obrigações”, como a honestidade e a ausência de omissões. A delação de Cid inclui informações importantes sobre o envolvimento de familiares do militar em investigações da Polícia Federal.
A decisão sobre a validade da delação de Cid pode influenciar o andamento das investigações e afetar a credibilidade de provas que envolvem Bolsonaro e outros implicados em um plano de golpe institucional.