
Defesa de Mauro Cid desafia perfil no Instagram e quer STF investigue autenticidade
Perfil atribuído à esposa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro vira alvo de apuração; defesa nega autorias e classifica as mensagens como “falsidade grotesca”
O advogado de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para investigar a veracidade de um perfil no Instagram que estaria associado à sua esposa — e possivelmente utilizado por ele. A defesa quer que o STF apure se as mensagens realmente vieram de Cid ou se se trata de uma farsa, e aponta o caso como “falsidade grotesca”
Segundo reportagem da Veja, o perfil identificado como “Gabriela R” ou @gabrielar702 teria compartilhado áudios, selfies e mensagens analisando os termos da colaboração de Cid — entre maio de 2023 e março de 2024 — e até criticando ministros do STF e a Polícia Federal
Em depoimento recente à Polícia Federal, Cid negou totalmente ter utilizado qualquer perfil no Instagram durante o período em que estava sob restrições impostas por sua delação premiada Questionado no STF se conhecia a conta @gabrielar702, ele disse apenas que não sabia se pertencia à esposa — Gabriela
Ao acolher o requerimento da defesa, o ministro Alexandre de Moraes determinou que, em até 24 horas, a Meta forneça ao STF dados completos da conta: informações cadastrais (e-mail, telefone, outros logins) e todo o histórico de mensagens desde maio de 2023
Além disso, a defesa reforçou que Mauro Cid cumpriu todas as cláusulas do acordo de colaboração — sem omitir ou mentir — e que as mensagens divulgadas possuem “erros crassos de concordância verbal” e linguagem incompatível com os supostos conteúdos típicos do militar . Por isso, defendem que as publicações configuram montagem e clamam por esclarecimento judicial.
Paralelamente, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca na casa de Cid, apreendeu seu celular e ouviu seu depoimento — que contou com duração de mais de três horas . O ex-ministro Gilson Machado também está envolvido organicamente na investigação, acusado de tentar viabilizar um passaporte português para Cid, sugerindo plano de fuga — o que o militar igualmente negou.