Delação de Cid corre risco após vazamento de áudios com críticas à PF
A delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrenta possíveis consequências após o vazamento de áudios nos quais ele supostamente critica a condução do interrogatório pela Polícia Federal (PF) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que lidera a investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.
De acordo com fontes da PF, há um risco de Cid perder os benefícios de sua delação premiada devido a essas críticas reveladas pela revista Veja. Os áudios divulgados indicam que Cid teria expressado sua insatisfação com a abordagem dos policiais durante o interrogatório, alegando que eles estavam mais interessados em confirmar uma narrativa predefinida do que em descobrir a verdade.
Além disso, os áudios sugerem que Cid teria feito comentários desfavoráveis sobre Alexandre de Moraes, sugerindo que o ministro já tinha uma sentença pré-determinada. Essas observações teriam sido feitas após o último depoimento de Cid à PF, em março.
Cid é uma figura-chave na investigação sobre a suposta tentativa de golpe liderada por Bolsonaro e seus aliados, e seu acordo de delação foi homologado pelo STF em 2023. No entanto, se as críticas feitas nos áudios forem confirmadas, ele pode perder os benefícios do acordo.
Por enquanto, a PF está investigando a veracidade dos áudios e das alegações feitas por Cid. A delação continua em andamento, e o conteúdo do acordo permanece sob sigilo. Cid já prestou sete depoimentos à PF como parte do acordo.