Delator do PCC Denuncia Extorsão de Policiais Dias Antes de Ser Executado em SP
Vinicius Gritzbach afirmou que agentes pediram R$ 40 milhões para interromper investigação; empresário foi assassinado dias depois de denunciar esquema de corrupção.
Vinicius Gritzbach, empresário e delator do PCC, revelou um esquema de corrupção e extorsão envolvendo seis policiais civis em depoimento à Corregedoria da Polícia Civil, oito dias antes de ser executado no Aeroporto de Guarulhos, São Paulo. De acordo com o empresário, agentes do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) exigiram R$ 40 milhões para retirar seu nome de uma investigação sobre o assassinato de dois membros da facção criminosa.
No depoimento, Gritzbach relatou que se recusou a pagar a propina e denunciou os envolvidos. Além disso, acusou outros policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de reter itens de luxo e dinheiro durante uma apreensão em sua casa. Os bens, segundo ele, nunca foram devolvidos.
Vinicius também citou um agente penitenciário, supostamente indicado por policiais, que teria recebido uma quantia em sua conta. Em paralelo, investigações apontam o empresário como suspeito de lavagem de dinheiro para o PCC e, no momento de sua morte, Gritzbach transportava mais de R$ 1 milhão em joias e objetos de valor.
Polícia Investiga Motivações e Suspeitos
Após o assassinato de Vinicius, uma força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública foi montada para investigar o crime, cujas principais hipóteses envolvem tanto a participação de policiais quanto de integrantes do PCC. Câmeras de segurança registraram a execução do empresário por dois homens encapuzados armados com fuzis, que fugiram após o ataque.
A SSP já afastou preventivamente os policiais mencionados na denúncia e oito policiais militares que faziam a segurança pessoal de Gritzbach.