Delegados do Deic e de São Bernardo são afastados após delação sobre corrupção policial envolvendo o PCC

Governo de SP toma decisão após delação de empresário assassinado; deputado também é mencionado, mas nega irregularidades

O governo de São Paulo afastou preventivamente dois delegados após eles terem sido citados na delação premiada de Vinicius Gritzbach, um empresário do ramo imobiliário que denunciou o envolvimento de policiais civis com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Gritzbach foi assassinado no mês passado, pouco após fazer as acusações. Além dos delegados, o deputado estadual Antônio Olim (PP), que também é delegado, foi mencionado na denúncia.

O afastamento dos delegados Fabio Lopes, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), e Murilo Roque, de São Bernardo do Campo, foi confirmado nesta sexta-feira (20). A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo não se pronunciou sobre o caso.

Gritzbach, que também era investigado por corrupção, relatou em sua delação que lavava dinheiro para policiais e membros do PCC. A delação envolveu não apenas os delegados citados, mas também outros policiais, que estão sendo investigados. Entre os delatados, estão sete policiais, incluindo outros delegados, que foram presos nas últimas semanas pela Polícia Federal (PF), com base nas informações fornecidas por Gritzbach.

Os delegados e o deputado mencionado negam qualquer envolvimento com atividades ilegais. Fábio Lopes repudiou as acusações e afirmou que Gritzbach mentiu em sua delação. Olímpio, por sua vez, também negou qualquer vínculo com o empresário e expressou indignação com a utilização de seu nome de forma indevida.

As investigações continuam, e o caso segue sendo apurado pela força-tarefa do governo paulista. Além das acusações de corrupção, a PF também investiga o possível envolvimento de policiais na execução de Gritzbach, que foi morto em frente ao Aeroporto de Guarulhos em novembro.