Deputada Carla Zambelli vence processo por ser chamada de “criminosa”
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) condenou, nesta quarta-feira (3/7), Leonardo Grandini, pré-candidato a vereador de São Paulo pelo PSOL, por ter chamado a deputada Carla Zambelli de “criminosa”. Grandini terá que pagar R$ 5 mil por danos morais à deputada bolsonarista, devido a declarações feitas enquanto ele era comentarista da rádio Jovem Pan em 2022.
Em novembro de 2022, durante um programa da Jovem Pan, Leonardo Grandini chamou Zambelli de “criminosa”. Na época, a parlamentar havia perseguido um apoiador de Lula em São Paulo enquanto portava uma arma, no mês anterior. Grandini questionou: “Agora, quem saca uma arma no meio da rua e persegue uma pessoa não é criminoso? Quem foge do Brasil após incitar golpe de Estado não é criminoso?”
Zambelli entrou com um pedido de indenização de R$ 20 mil por danos morais e exigiu uma retratação pública. Apesar de ser ré por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com arma de fogo, sua defesa alegou que o homem perseguido havia ignorado uma ordem de prisão. Zambelli também afirmou que sua saída do país após a vitória de Lula foi para uma missão oficial da Câmara.
Em maio de 2023, Grandini foi condenado a pagar R$ 5 mil em danos morais. Nesta quarta-feira (3/7), a Terceira Turma Recursal do TJDFT manteve a decisão por unanimidade. Os juízes Marco Antonio do Amaral, relator do caso, Margareth Cristina Becker e Edi Maria Coutinho votaram a favor da manutenção da condenação.
A perseguição armada feita por Zambelli em 2022 está sendo julgada no STF, onde a deputada é ré. A Procuradoria-Geral da República solicitou que a bolsonarista seja condenada a pagar R$ 100 mil por danos morais coletivos e que perca definitivamente o porte de arma. O ministro Gilmar Mendes afirmou que Zambelli não foi presa em flagrante devido ao foro privilegiado de parlamentar.
Na última terça-feira (2/7), Zambelli foi novamente acionada na Justiça, agora por injúria racial. A bolsonarista chamou a deputada petista Benedita da Silva, que é negra, de “Chica da Silva” – uma mulher escravizada no século 18.