Deputados Solicitam Homenagem Póstuma a Clezão, Preso do 8/1 que Morreu na Papuda
Pedido de sessão solene ressalta o impacto da perda de Cleriston Cunha, enquanto familiares e parlamentares denunciam descaso com presos de janeiro
Um grupo de deputados federais, incluindo Altineu Côrtes (PL-RJ), Bia Kicis (PL-DF), Raimundo Santos (PSD-PA) e José Medeiros (PL-MT), solicitou à Presidência da Câmara a realização de uma sessão solene em memória de Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como Clezão. O empresário faleceu subitamente em novembro de 2023 enquanto cumpria prisão na Penitenciária da Papuda, acusado de envolvimento nos atos do dia 8 de janeiro. A homenagem está prevista para ocorrer em 23 de novembro de 2024.
Clezão, que sofria de condições de saúde crônicas, estava em processo de análise de um pedido de soltura baseado em seu estado de saúde. Em agosto de 2023, a Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu parecer favorável à sua liberação, mas a decisão ainda aguardava avaliação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Clezão, aos 46 anos, deixou esposa e duas filhas, além de um histórico controverso de acusações que envolviam associação criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e destruição de patrimônio público. Até o momento de sua morte, contudo, nenhuma dessas acusações havia sido julgada.
Condições Insalubres e Negligência
Advogados de defesa apontaram as condições degradantes nas quais Clezão e outros detentos estavam submetidos, alegando a falta de ventilação, itens básicos de higiene e a superlotação na carceragem. A Defensoria Pública da União e o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura também denunciaram abusos e a falta de condições adequadas de saúde para os detidos desde o início das prisões de janeiro. Relatórios alertaram para os riscos de manter detentos em ambientes insalubres e pediram melhorias no sistema, destacando violações de direitos humanos de prisioneiros com comorbidades, idosos e responsáveis por menores.
A família de Clezão e várias associações, como a Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav), também se pronunciaram sobre as condições de encarceramento, cobrando uma postura mais humana por parte do sistema judicial. Para muitos parlamentares, o caso de Clezão simboliza uma falha grave no respeito aos direitos humanos no sistema prisional brasileiro.
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