Desembargadora e seus filhos se tornam réus em esquema de corrupção no Judiciário

Desembargadora e seus filhos se tornam réus em esquema de corrupção no Judiciário

Lígia Maria Ramos Cunha Lima e seus filhos são acusados de integrar organização criminosa envolvida em fraudes judiciais e lavagem de dinheiro

A desembargadora Lígia Maria Ramos Cunha Lima, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), e seus dois filhos, Rui Barata Lima e Artur Gabriel Ramos Barata Lima, foram formalmente acusados e se tornaram réus em um processo judicial. Eles são investigados por sua suposta participação em uma organização criminosa, com envolvimento em atos de corrupção e lavagem de dinheiro.

A decisão foi tomada pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta quarta-feira (19/2), no contexto da Operação Faroeste, que investiga um esquema ilegal de venda de sentenças judiciais relacionadas a disputas de terras na região oeste da Bahia.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), desde 2015, quando Lígia assumiu a função de desembargadora e passou a atuar na Câmara do Oeste do TJBA, ela e seus filhos teriam formado uma rede criminosa para obter lucros por meio de corrupção e lavagem de dinheiro.

As investigações indicam que os acusados teriam negociado cerca de R$ 950 mil em decisões favoráveis sob a relatoria da desembargadora. Em um dos casos, um dos filhos de Lígia comprou um veículo no valor de R$ 145 mil, um dia após a magistrada emitir um voto supostamente vinculado a uma negociação de R$ 400 mil.

Além disso, a desembargadora também é acusada de tentar obstruir as investigações entre novembro de 2019 e dezembro de 2020, quando foi presa. Durante buscas realizadas em sua residência, diversos documentos relacionados à Operação Faroeste foram apreendidos.

Em novembro de 2024, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou a aposentadoria compulsória de Lígia Maria Ramos Cunha Lima, em razão das acusações de sua participação no esquema de venda de sentenças e grilagem de terras.

A Operação Faroeste, iniciada em 2019, investiga uma vasta rede de corrupção envolvendo juízes, servidores públicos, advogados e empresários, que atuavam para legitimar a posse de terras no oeste da Bahia por meio da venda de decisões judiciais fraudulentas.

Fonte e Créditos: Metrópoles

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