
“Deutsche Bank dispara: Lula 3 é Dilma 2 na economia”
Banco alemão alerta sobre riscos fiscais, crescimento abaixo de 2% e Selic a 14,5% em 2025.
O terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva está sendo comparado ao segundo mandato de Dilma Rousseff na área econômica. Em relatório intitulado “Dilma II, Reloaded”, o Deutsche Bank apresentou uma visão preocupante sobre o Brasil em 2025, destacando vulnerabilidades fiscais, crescimento fraco e inflação descontrolada.
De acordo com o relatório “Emerging Markets Outlook 2025”, enviado nesta quarta-feira (4) aos clientes do banco, o cenário brasileiro aponta para um crescimento econômico inferior a 2%, uma inflação próxima de 5% e um aumento na dívida pública que pode atingir 90% do PIB até 2027.
“Riscos fiscais à espreita”
O banco alemão critica a estratégia do governo de expandir transferências para a classe média, indicando que isso compromete a sustentabilidade fiscal e pressiona a inflação. Segundo o Deutsche Bank, essa abordagem lembra os anos finais da gestão Dilma, quando políticas de estímulo à demanda resultaram em um cenário econômico desastroso.
Selic às alturas
Com uma inflação acima da meta e um câmbio enfraquecido, o relatório prevê que o Banco Central será forçado a elevar a taxa Selic para 14,5%. Para os economistas do Deutsche Bank, há paralelos históricos claros entre o aumento da taxa de juros no governo Dilma e o que pode acontecer agora.
Uma economia polarizada
Os analistas destacaram que, enquanto programas sociais como o Bolsa Família foram ampliados para as classes mais baixas, o crédito à classe média e ao setor empresarial também foi estimulado por meio de bancos públicos como o BNDES. Contudo, essa combinação, segundo o banco, não é suficiente para sustentar a economia sem que haja maior controle fiscal.
O ano decisivo
O relatório encerra com um alerta: 2025 será crucial não só para a economia, mas também para os mercados e o futuro político do país, já que as articulações para a eleição presidencial de 2026 começarão a ganhar força.
Em meio a um cenário econômico desafiador, o governo enfrenta a difícil tarefa de equilibrar popularidade com responsabilidade fiscal, enquanto o mercado observa cada movimento de perto.