“Dinheiro Pelo Ar: Vereador Tenta Livrar-se de Fortuna Antes de Ser Preso pela PF” Bahia
Sacola com R$ 220 Mil é Lançada pela Janela Durante Operação Contra Desvios Milionários
Um episódio tão inesperado quanto revelador marcou a operação “Overclean”, deflagrada nesta terça-feira (10) pela Polícia Federal em parceria com a Receita Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF). Durante o cumprimento de um mandado de prisão preventiva, o vereador Francisco Nascimento, conhecido como Francisquinho, tentou escapar do flagrante jogando uma sacola de dinheiro pela janela de seu apartamento em Salvador. A manobra não deu certo: a sacola, contendo R$ 220.150, foi recuperada pelos agentes.
Francisquinho, primo do deputado federal Elmar Nascimento (União-BA), é suspeito de participação em um esquema que teria desviado R$ 1,4 bilhão do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). A investigação revelou que recursos públicos provenientes de emendas parlamentares e contratos eram direcionados a empresas e indivíduos ligados ao esquema, configurando corrupção, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.
Além do dinheiro encontrado com o vereador, outro alvo da operação, Flavio Henrique Lacerda Pimenta, tinha R$ 700 mil em espécie em sua posse. A operação abrangeu diversos estados, incluindo Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás, e resultou em 17 prisões preventivas, 43 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens avaliados em mais de R$ 162 milhões, entre aeronaves, imóveis de luxo e veículos.
A investigação contou com apoio internacional da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (HSI) e expôs como a organização criminosa direcionava recursos superfaturados para favorecer empresas parceiras e gestores locais.
Francisquinho foi eleito vereador de Campo Formoso (BA) este ano, com 2.250 votos, e também já atuou como secretário-executivo da prefeitura da cidade. Agora, preso, terá que explicar a origem da fortuna e a razão de mantê-la fora do sistema bancário.
O caso reforça a gravidade dos desvios que comprometem serviços públicos essenciais e evidencia como a corrupção persiste em todas as esferas políticas do país.
