Dino Ignora Câmara E Falta A Depoimento
O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, não compareceu à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 10. Mesmo sendo alvo de quase 20 pedidos de esclarecimento, Flávio Dino foi convocado pelo colegiado para abordar uma série de questões, desde a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, até temas relacionados à violência e segurança pública.
A sessão estava programada para iniciar às 9 horas da manhã, porém, de acordo com a comissão, o ministro enviou sua justificativa para a ausência quase 30 minutos após o horário marcado.
A razão para sua ausência se deveu a “providências administrativas inadiáveis”.
“Devido à realização de uma grande operação contra o crime organizado, coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) em colaboração com vários Estados hoje, informo a impossibilidade de comparecer a esta comissão”, alegou Flávio Dino.
“Essas providências envolvem a mobilização da equipe da Senasp, o que impede a preparação adequada do material relacionado aos temas solicitados por esta comissão”, acrescentou o ministro.
A lista de pedidos de esclarecimento dirigidos a Dino é extensa e inclui tópicos como política de acesso às armas, a atuação de Flávio Dino com a Polícia Federal, a crise na segurança pública, as prisões de 8 de janeiro, o impacto das invasões de terras na segurança urbana, entre outros.
Por fim, o ministro solicitou a realização de uma audiência-geral no plenário da Câmara para responder às perguntas dos parlamentares.
“Eu solicitei à presidência desta Casa a marcação de uma comissão-geral no plenário para que eu possa, simultaneamente, atender a todos os pedidos de esclarecimento”, disse o ministro.
O presidente do colegiado, Ubiratan Sanderson (PL-RS), afirmou que Dino tratou a comissão com “desrespeito”. “Essa negligência será objeto de responsabilização”, ressaltou o deputado. “A Comissão de Segurança Pública é a responsável por fiscalizar o ministro da Justiça.”
Normalmente, quando ministros de Estado são convocados para comparecer às comissões fixas da Câmara, os colegiados optam por converter a convocação em um convite. No entanto, neste caso, a Comissão de Segurança optou por manter a convocação.
Na semana passada, Sanderson enviou um ofício ao Ministério da Justiça comunicando o dia, horário e listando os temas a serem abordados.