
Dino vai à caça das emendas invisíveis
Ministro do STF aciona CGU para investigar de perto o destino de repasses parlamentares que sumiram no meio do caminho — sem rastro, sem recibo e sem vergonha.
O ministro Flávio Dino, agora no Supremo Tribunal Federal, decidiu apertar o cerco contra os repasses parlamentares que andam escorrendo pelo país sem deixar rastro. Ele ordenou que a Controladoria-Geral da União (CGU) coloque o pé na estrada e vá pessoalmente aos estados que receberam essas verbas por meio das chamadas “emendas PIX”, mas que não se deram ao trabalho de prestar contas de forma clara.
A ordem saiu nesta quarta-feira (7) e marca uma nova fase na tentativa de dar um mínimo de transparência a um dos mecanismos mais nebulosos da política nacional. As tais emendas PIX — que permitem o envio de dinheiro diretamente para prefeituras e estados com pouca ou nenhuma exigência de detalhamento — viraram sinônimo de repasse misterioso, onde o valor entra, mas o destino exato se perde na neblina da burocracia (ou da conveniência).
Agora, além de analisar os papéis, a CGU terá que ir pessoalmente conferir o que foi feito com o dinheiro público. A ideia é simples: se a verba caiu na conta, que pelo menos se saiba se ela virou hospital, estrada ou só promessa de palanque.
A medida vem em meio a investigações sobre a real rastreabilidade desses repasses. Na prática, é um recado claro de Dino: o tempo das emendas fantasmas está com os dias contados. Ao menos no papel.