
“Diretor da PF desafia Lira: ‘Não existe imunidade absoluta para parlamentares’”
Andrei Rodrigues afirma que críticas do Congresso não interferem na atuação da Polícia Federal e reforça que a lei está acima de qualquer opinião.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, foi categórico ao responder às críticas de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, sobre o indiciamento de parlamentares. Durante um café da manhã com jornalistas nesta quarta-feira (4), em Brasília, Andrei afirmou que a atuação da PF segue exclusivamente a lei, sem se dobrar a pressões externas.
“A lei é nosso norte”
Segundo Rodrigues, nenhuma opinião, seja de parlamentares ou de qualquer outra autoridade, afastará a Polícia Federal de suas obrigações legais. Ele rebateu com firmeza a ideia de que parlamentares possuem “imunidade absoluta”, destacando a diferença entre prerrogativas e crimes.
“Precisamos distinguir entre liberdade de expressão, o direito de fala e voto no parlamento, e aquilo que configura crime. Não há direitos absolutos, nem imunidade ilimitada para cometer delitos”, afirmou o diretor.
Conflito com o Congresso
As declarações de Rodrigues vieram após Lira criticar publicamente os indiciamentos dos deputados Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB), acusados de calúnia e difamação contra um delegado da PF. Lira argumentou que discursos feitos na tribuna da Câmara são invioláveis, classificando as ações da PF como uma tentativa de silenciar a “voz do povo”.
Apesar das críticas, Rodrigues ressaltou o respeito ao parlamento, mas reforçou que suas ações estão ancoradas na Constituição. “Atuamos dentro dos limites da lei, que não permite imunidade para práticas criminosas”, completou.
Tensão crescente
A discussão acirra os ânimos entre o Legislativo e a Polícia Federal, num momento em que outros inquéritos envolvendo parlamentares têm causado desconforto no Congresso. Mesmo assim, Andrei Rodrigues deixou claro que a PF seguirá seu trabalho, priorizando a legalidade e a autonomia institucional.