
Do “Companheiro” ao “Irmão”: PT Muda de Linguagem para Ganhar Corações Evangélicos
Quando a política se converte (literalmente) ao vocabulário das igrejas
Quem diria que o Partido dos Trabalhadores, conhecido por seus “companheiros” de luta sindical, trocaria o clássico bordão por um tom mais… celestial? Na tentativa de se aproximar do público evangélico, o PT adotou o termo “irmão” em sua comunicação. Afinal, por que não falar a língua do eleitorado que se quer conquistar?
No material da campanha para o Processo de Eleições Diretas (PED), slogans como “Irmão, você precisa se filiar pra votar no PED” já indicam o novo tom. Parece que o termo “companheiro”, tão carregado de história, foi deixado de lado por soar muito… socialista?
Uma Conversão Estratégica
Não é apenas uma troca de palavras; é uma estratégia cuidadosa. Enquanto “companheiro” remete aos tempos das greves e das assembleias, “irmão” busca criar um vínculo emocional com um dos segmentos religiosos mais expressivos do país. E convenhamos: nada diz “confie em mim” como um vocativo amigável com um toque divino.
Para complementar o discurso, o governo lançou o programa social “Acredita”. Focado em pequenos empreendedores, ele conta com o apoio de mais de 70 igrejas evangélicas que ajudam a divulgar e implementar as ações. Tudo muito alinhado, é claro, ao espírito de fraternidade que o novo vocabulário sugere.
Mas Nem Tudo São Bençãos
Apesar das boas intenções – e do marketing bem orquestrado –, conquistar o público evangélico não tem sido tarefa fácil. Pesquisas indicam que uma parcela significativa desse grupo ainda mantém um pé atrás com o governo. O Planalto, porém, não se dá por vencido e promete continuar investindo no diálogo com essa comunidade até as próximas eleições.
Agora resta saber: será que os “irmãos” comprarão essa nova narrativa? Ou o “companheiro” voltará triunfante? Fica a dúvida – e um convite para um “amém”.