Dois por cento para salvar 350 milhões: a proposta que os bilionários não sentirão no bolso
Taxação de super-ricos é apresentada como solução para fome mundial e preservação ambiental no G20 Social.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, levantou uma questão que desafia a lógica da desigualdade global: uma taxa de 2% sobre as fortunas dos bilionários seria suficiente para alimentar 350 milhões de pessoas ao redor do mundo. Em discurso, ele ressaltou que o impacto para os super-ricos seria irrisório, mas o benefício para a humanidade seria monumental.
Bilionários sob o holofote: “Nem cócegas no bolso”
Durante o evento que antecede o G20 Social, Márcio Macêdo destacou o abismo de desigualdade. “Um por cento desses bacanas controla a riqueza do mundo. Dois por cento de taxação não faz nem cócegas neles”, afirmou, deixando clara a disparidade. “Esse pequeno esforço poderia resolver a fome de milhões no planeta.”
A proposta será incluída no relatório final do G20 Social, a ser entregue ao presidente Lula neste sábado (16/11). O evento reúne lideranças que defendem maior participação social nas decisões da cúpula dos chefes de Estado.
Além da fome, um futuro sustentável
Segundo Macêdo, os recursos arrecadados também poderiam ser aplicados na criação de um fundo destinado à proteção de florestas. A conexão entre combate à fome e sustentabilidade foi enfatizada como um dos principais objetivos do Brasil no G20, com a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza propondo a ampliação de programas de transferência de renda para 500 milhões de pessoas em todo o mundo.
O peso da escolha: solidariedade ou privilégio?
A ideia de taxar os super-ricos expõe um dilema moral e político. Para o ministro, a resistência a medidas como essa não vem da falta de viabilidade, mas do apego ao privilégio extremo. “Esse movimento não é sobre tirar de quem tem, mas sobre dar a quem não tem nada”, concluiu.
A proposta do G20 Social acende um debate urgente: o mundo está disposto a encarar a desigualdade de frente ou continuará ignorando soluções que poderiam mudar a vida de milhões?