Dólar Sobe em Primeiro Dia de Gabriel Galípolo no Banco Central

Dólar Sobe em Primeiro Dia de Gabriel Galípolo no Banco Central

Novo presidente enfrenta desconfiança do mercado, que reage com alta cambial e atenção à política monetária

No primeiro dia útil de 2025, Gabriel Galípolo assumiu a presidência do Banco Central em meio à desconfiança do mercado financeiro. O dólar, reflexo dessa incerteza, abriu o pregão desta quinta-feira (2.jan.2025) a R$ 6,17 e chegou a bater R$ 6,22 antes de recuar e fechar o dia cotado a R$ 6,16, em baixa de 0,28%.

Desafios no Comando do BC

A alta cambial reforça as dúvidas do mercado sobre a condução da política monetária sob o novo presidente. Galípolo, que substituiu Roberto Campos Neto, enfrenta o desafio de conter a inflação, já acima da meta, e manter a independência do BC, em um cenário de pressões do governo para reduzir a taxa básica de juros.

Segundo economistas, o contexto fiscal do Brasil, marcado por déficits públicos e incertezas econômicas, também contribui para a volatilidade. Nos últimos meses de 2024, o BC realizou diversas intervenções no câmbio, utilizando cerca de 5% das reservas internacionais, mas os resultados não impediram a valorização acumulada de 27% do dólar frente ao real no ano.

A Reação do Mercado

Especialistas afirmam que o mercado busca sinais claros de que Galípolo atuará de forma técnica e independente. Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, destacou que o aumento da percepção de risco exige uma política monetária reativa para retomar o controle da inflação e estabilizar o câmbio.

Outro ponto de preocupação é a pressão política vinda do governo e do Partido dos Trabalhadores. Críticas frequentes à condução da política monetária por Campos Neto indicam que Galípolo enfrentará desafios semelhantes.

Expectativas para 2025

O primeiro desafio prático de Galípolo será a próxima reunião do Copom, marcada para os dias 28 e 29 de janeiro. Com a Selic atualmente em 12,25%, há expectativas de novos aumentos para conter a inflação, que deve fechar 2025 próxima de 5%, acima da meta de 3%.

Enquanto o novo presidente tenta estabelecer sua credibilidade, analistas apontam que o BC precisará agir com firmeza para reconquistar a confiança dos mercados e equilibrar a política monetária com a realidade fiscal do país.

O primeiro dia de Galípolo no comando do BC evidencia que seu mandato será marcado por desafios econômicos e pressões políticas, em um cenário que requer habilidade técnica e diplomática para navegar por águas turbulentas.

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