
Eduardo Cunha será julgado pelo STF por suspeita de pressionar construtora a pagar dívida milionária
Ex-deputado é acusado de envolvimento em esquema de R$ 98 milhões durante mandato
O ex-deputado Eduardo Cunha será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de corrupção, em um caso que envolve a construtora Schahin e uma dívida de R$ 98 milhões. A decisão foi tomada pelo ministro Gilmar Mendes, que reconheceu a competência da Corte para analisar a ação devido à ligação das acusações com o período em que Cunha exercia seu mandato parlamentar.
“A denúncia deixa claro que as condutas atribuídas ao reclamante ocorreram durante o exercício do cargo de deputado federal”, afirmou o ministro em sua decisão, destacando que o caso se enquadra na prerrogativa de foro.
O caso: pressão e esquemas financeiros
Cunha é réu em uma ação que aponta que ele teria pressionado a construtora Schahin entre 2008 e 2015 para assumir uma dívida milionária relacionada ao rompimento de uma barragem na Pequena Central Hidrelétrica de Apertadinho, em Rondônia. O pagamento beneficiaria Lúcio Funaro, aliado próximo de Cunha, que tentava transferir a responsabilidade por prejuízos financeiros e pelo seguro da obra.
Antes da decisão de Gilmar Mendes, o caso tramitava na 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal. Agora, com a nova determinação, será analisado diretamente pelo STF.
Contexto e repercussão
A defesa de Cunha havia solicitado que o caso fosse transferido ao Supremo, alegando que os fatos imputados ao ex-deputado ocorreram durante seu mandato e estavam diretamente ligados ao exercício da função. A decisão reacende discussões sobre a prerrogativa de foro e o alcance do STF em casos de corrupção ligados a parlamentares.
Enquanto isso, o ex-deputado segue como figura central em outras investigações que marcam sua controversa trajetória política.