Em discurso antes da Assembleia-Geral, Lula critica ONU: ‘Não tem coragem de criar o Estado Palestino’
Lula afirmou que ONU não foi capaz de evitar guerras nos últimos anos.
Em seu discurso em Nova York, não tinha como ser diferente. Ele foi direto ao ponto, acusando a ONU de não ter a “coragem” de criar o Estado Palestino. O tom foi de repúdio, quase uma indignação acumulada de quem já viu a história se repetir inúmeras vezes e nada mudar. E, convenhamos, ele tem razão. A ONU, que na sua criação conseguiu reunir força política para criar o Estado de Israel, parece ter perdido completamente o fôlego quando o assunto é dar ao povo palestino o direito de existir com dignidade.
Lula cutucou ainda mais ao lembrar que a ONU, nascida com 51 países, hoje conta com 193, mas o aumento no número de membros não trouxe uma atualização dos seus mecanismos. Resultado? Ela está defasada, incapaz de evitar guerras, genocídios ou invasões, como a da Líbia, do Iraque, ou o conflito mais recente entre a Rússia e a Ucrânia. A ONU deveria ser uma espécie de governança global, mas se perdeu em seu papel, como se tivesse se tornado uma espectadora impotente das desgraças que se multiplicam pelo mundo.
Em pleno 2024, o que vemos são as mesmas falhas institucionais, a mesma falta de vontade política. E, enquanto isso, mais e mais vidas são destruídas. O genocídio na Faixa de Gaza, as intermináveis guerras pelo mundo, tudo isso poderia ter sido evitado, mas a ONU escolhe ser um espectador inerte, ao invés de uma força transformadora. A crítica de Lula não é apenas justa, é necessária. Se a ONU não for capaz de enfrentar seus próprios desafios, o que sobra para a paz global?
Com sua habitual franqueza, Lula faz o que muitos líderes evitam: ele joga luz sobre a hipocrisia de uma organização que já foi fundamental para a paz, mas que agora parece se contentar com discursos vazios. Afinal, o que custa mais: a criação de um Estado Palestino ou a continuação desse ciclo interminável de violência? Enquanto isso, os poderosos seguem na sua zona de conforto, assistindo ao caos de camarote.