
Em protesto contra cassação, Glauber Braga completa cinco dias de greve de fome enquanto PSOL organiza samba na Câmara
Deputado do PSOL se mantém firme em seu protesto, prometendo não deixar a Câmara até que seu processo de cassação seja concluído; ato cultural mobiliza apoiadores.
Chegando ao quinto dia de greve de fome, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) segue imerso em um protesto contra a denúncia de quebra de decoro parlamentar que pode levar à perda de seu mandato. Enquanto o parlamentar se mantém firme na Câmara, afirmando que não sairá de lá até que seu caso seja resolvido, seus colegas de partido organizam um ato cultural para apoiar a sua causa.
Neste domingo (14), o PSOL convocou um samba para reunir os apoiadores do deputado e fortalecer sua resistência. O evento está marcado para às 19h, no exterior da Câmara, entre os anexos II e III, e visa mostrar a união do partido e de seus aliados em um momento de tensão política. A mobilização vai ocorrer em um momento em que o Congresso está em ritmo mais tranquilo, devido ao feriado de Sexta-Feira Santa, com votações sendo realizadas de forma virtual.
Embora o protesto de Glauber tenha gerado uma onda de solidariedade, ele também colocou sua saúde em risco. A equipe de Glauber informou que ele passou a receber mais cuidados médicos, com a ajuda de brigadistas da Câmara. Na manhã de segunda-feira, o deputado declarou que estava “um pouco mais abalado”, mas ainda em pé. Ele tem consumido apenas água e isotônicos.
Em sua greve de fome, Glauber tem reafirmado que sua luta vai além da defesa do próprio mandato. Para ele, é um ato de resistência contra o “orçamento secreto” e as práticas que considera prejudiciais à democracia e à independência do Legislativo. “Não se trata apenas de salvar meu mandato, mas de lutar por dignidade e contra o poder da grana”, afirmou em um desabafo recente.
O processo de cassação, que já foi aprovado pelo Conselho de Ética, agora depende da análise no plenário da Câmara. Glauber, porém, prometeu não se alimentar nem deixar a sede do Legislativo até que o caso seja finalmente julgado. Ele é acusado de agredir um militante do MBL (Movimento Brasil Livre) durante uma discussão em abril de 2024.
Com o Congresso esvaziado durante os próximos dias, o caso de Glauber provavelmente ficará sem movimentação nas próximas duas semanas. O deputado, no entanto, continua firme em sua greve, mantendo sua postura de resistência até o último momento.