Empresa atribuída a ministro de Lula não tem sede nem funcionários e acumula dívidas
A empresa de construção Arco Construções está sob investigação da Polícia Federal devido a suspeitas de envolvimento em um esquema de corrupção que beneficiaria Juscelino Filho, atual ministro das Comunicações do governo Lula. A falta de uma sede tradicional, a ausência de funcionários registrados, dívidas com bancos públicos e a concentração de obras em uma única cidade levantaram preocupações sobre a regularidade das operações da empresa.
A investigação se concentra na atuação de Juscelino como deputado federal, com a suspeita de que a Arco tenha sido utilizada para benefício pessoal por meio de emendas parlamentares. A defesa do ministro nega as acusações, classificando-as como “absurdas ilações” e rejeitando qualquer ligação entre Juscelino e a Arco.
A Arco entrou no radar da PF durante as investigações sobre outra empreiteira, a Construservice, suspeita de favorecer Juscelino. A PF apura contratos da Construservice com a estatal Codevasf, com indícios de crimes envolvendo o suposto dono Eduardo José Costa Barros, conhecido como Eduardo DP.
A Arco, sediada em São Luís (MA), apresenta características incomuns para uma construtora regular, incluindo a falta de registros oficiais de empregados antes da operação policial. A empresa enfrenta processos judiciais por dívidas com bancos públicos e privados, sendo a maior delas com o Banco do Nordeste.
Além disso, a concentração de contratos da Arco em Vitorino Freire, cidade ligada à família de Juscelino Filho, levanta questionamentos sobre a imparcialidade das operações da empresa. Mensagens de celular obtidas pela PF indicam possíveis pagamentos e transações financeiras suspeitas entre Juscelino e a Construservice.
A defesa da Arco nega irregularidades e afirma que a empresa cumpre a lei, operando com terceirizações em suas obras. O advogado ressalta que a empresa enfrenta desafios financeiros devido a créditos não repassados e interrupções nos pagamentos a credores.
A PF considera as mensagens como indícios de uma relação criminosa entre Juscelino Filho e Eduardo DP, com a Arco possivelmente sendo utilizada para executar obras por meio de recursos de emendas parlamentares.