Empresa fundada por vereador petista pagava R$ 70 mil ao PCC
A polícia revela que a empresa de ônibus “Transunião”, cujo líder é associado ao Partido dos Trabalhadores (PT), realizava pagamentos semanais de R$ 70 mil ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma facção criminosa no Brasil. As mensagens obtidas no celular do ex-diretor da empresa, Adauto Soares Jorge, indicam a existência desses pagamentos, realizados por meio do caixa da companhia. A Transunião é uma das três empresas de ônibus em São Paulo, cujos dirigentes ou acionistas são investigados por crimes relacionados ao PCC.
A investigação, conduzida pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), está sob sigilo judicial. O inquérito começou com a apuração do assassinato de Adauto Soares Jorge em março de 2020. O político Senival Moura (PT), líder da oposição na Câmara Municipal de São Paulo e um dos fundadores da Transunião, também é investigado por sua possível conexão com o caso.
As mensagens sugerem que os pagamentos eram parte de um esquema de lavagem de dinheiro da empresa, destinado a financiar o PCC. O grupo criminoso teria influência significativa na empresa, obtendo cotas e ações relacionadas a ela. O PCC também teria um representante, Leonel Moreira Martins, na Transunião, responsável por negociar e proteger os interesses da facção na empresa.
O PCC teria exercido pressão para afastar Adauto da presidência da Transunião em fevereiro de 2020, indicando um membro do PCC, Lourival de França Monário, para liderar a empresa. O pagamento semanal de R$ 70 mil ao PCC foi mencionado nas mensagens, e Adauto teria concordado com a entrega de ônibus ao grupo criminoso em troca de sua vida.
O vereador Senival Moura nega as acusações, afirmando que se desligou da empresa em fevereiro de 2020 e que desconhece as atividades ilegais atribuídas à Transunião. A investigação continua aguardando perícias nas imagens de câmeras e nos celulares apreendidos.