
Encontro de Nações: Lula recebe Boric e fortalece laços entre Brasil e Chile
Presidente chileno participa de cerimônias e reuniões no Planalto em comemoração aos 189 anos de relações diplomáticas; acordos bilaterais e integração continental estão na pauta
Com direito a rampa, banda militar e a tradicional revista às tropas, o presidente do Chile, Gabriel Boric, foi recebido com pompa e protocolo nesta terça-feira (22/4) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. A visita, carregada de simbolismo, celebra os 189 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Chile — e mira o futuro, com acordos estratégicos e projetos de integração continental.
Após a recepção oficial, os dois presidentes posaram para a tradicional foto no alto da rampa e seguiram para uma conversa a portas fechadas no gabinete presidencial. Em seguida, ministros dos dois países se juntaram aos líderes para uma reunião ampliada.
Um dos pontos centrais do encontro é a Rota Bioceânica de Capricórnio, projeto que pretende interligar o Atlântico ao Pacífico por meio de rodovias que cruzam o Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. A proposta promete facilitar o escoamento de produtos e aproximar economias, em especial as do interior sul-americano, ao mercado global.
Além do corredor logístico, Lula e Boric devem assinar diversos acordos de cooperação bilateral, abrangendo áreas como comércio, meio ambiente e ciência. A dupla ainda fará uma declaração conjunta à imprensa e participará de um almoço diplomático no Palácio do Itamaraty. À noite, os dois voltam a se encontrar no Fórum Empresarial Chile-Brasil, evento que busca estreitar relações entre os setores produtivos dos dois países.
A visita reforça a tentativa de ambos os governos de aprofundar alianças regionais em tempos de desafios globais — e também destaca o contraste de visões políticas no continente, já que tanto Lula quanto Boric têm adotado posturas críticas frente à extrema direita, embora com diferenças em relação a regimes autoritários de esquerda.
Neste reencontro entre vizinhos históricos, o Planalto virou palco de diplomacia, negócios e simbolismo, reafirmando que, apesar das crises e das diferenças, ainda há espaço — e vontade — para construir pontes entre os oceanos.