Enquanto o Brasil sangra, Lula sorri em Paris

Enquanto o Brasil sangra, Lula sorri em Paris

Presidente é homenageado com título honorário na França, enquanto brasileiros enfrentam calvário no INSS e miséria dentro de casa.

Enquanto o povo brasileiro amargura a humilhação de filas intermináveis, cortes injustos no INSS e um Estado que fecha os olhos para o sofrimento de quem mais precisa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe flores, aplausos e tapinhas nas costas em Paris. Nesta sexta-feira (6), Lula encerrou sua agenda oficial na capital francesa recebendo o título de doutor honoris causa da Universidade de Paris 8, instituição conhecida por seu acolhimento a minorias e estrangeiros — ironicamente, o mesmo tipo de gente que, no Brasil, é constantemente deixada de lado por políticas públicas falhas e promessas não cumpridas.

Acompanhado da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, Lula foi recebido com entusiasmo por estudantes, professores e autoridades locais. Um coral entoou “Pau de Arara”, de Luiz Gonzaga, enquanto a realidade brasileira grita por socorro. O contraste é cruel: do lado de cá do oceano, aposentados passam fome, cidadãos têm benefícios cortados sem explicação, e trabalhadores doentes esperam meses por uma perícia médica. Do lado de lá, Lula desfila entre ministros, embaixadores e palmas, como se liderasse um país em pleno estado de bem-estar.

A comitiva presidencial, composta por diversos ministros — de Minas e Energia, Portos e Aeroportos, Justiça, Meio Ambiente e outros — parecia mais preocupada em prestigiar o presidente do que em enfrentar os problemas reais do país. Não houve um anúncio, um plano, nem mesmo uma palavra sobre o caos previdenciário que penaliza milhões de brasileiros. Nada. Apenas celebração, discursos e sorrisos para as câmeras.

É revoltante assistir a essa encenação diplomática enquanto mães solo veem seus pedidos de pensão negados, idosos vivem à base de doações, e o sistema público de seguridade social trata o cidadão como lixo descartável. O título de honoris causa pode até ser um reconhecimento acadêmico legítimo, mas soa como escárnio diante da realidade de um povo abandonado pelo próprio governo.

A grande pergunta que fica é: de que vale um título na França, se o presidente não consegue garantir dignidade ao seu povo no Brasil? A honraria internacional não apaga o desrespeito interno. Ao contrário: escancara a distância entre quem governa e quem sofre.

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