Entre o luxo e o aperto: Lula e Janja pressionam por novo avião presidencial em meio à crise fiscal

Entre o luxo e o aperto: Lula e Janja pressionam por novo avião presidencial em meio à crise fiscal

Troca do “Aerolula” vira prioridade, mas custo de R$ 1,45 bilhão divide opiniões

A Força Aérea Brasileira (FAB) colocou na mesa do governo propostas para a compra de um novo avião presidencial, com valor estimado em US$ 250 milhões, o equivalente a R$ 1,45 bilhão. A demanda vem ganhando força após problemas técnicos na aeronave atual, o Airbus A319CJ, usado desde 2005. Contudo, em um cenário de contas públicas apertadas, a ideia encontra resistência e levanta questionamentos sobre prioridade e responsabilidade fiscal.

Pane no México acende alerta de Janja e Lula

A pressão para substituir o “Aerolula” aumentou depois de uma pane em outubro, que obrigou a aeronave a sobrevoar o espaço aéreo mexicano por mais de quatro horas. A autonomia limitada do avião, que exige paradas frequentes para reabastecimento em voos de longa distância, é apontada como um dos grandes problemas.

Lula e a primeira-dama, Janja, destacam que a troca não é apenas questão de conforto, mas também de segurança e eficiência. Janja, em entrevista recente, criticou duramente a atual situação:
“É irresponsável colocar o presidente da República em uma aeronave com tantos problemas. Isso vai além de Lula, é sobre o cargo e o país.”

Novo avião: luxo ou necessidade?

As opções analisadas pela FAB incluem dois modelos da Airbus, ambos com custo similar:

  1. Modelo usado (fabricado em 2016): já configurado conforme os padrões desejados e com entrega em até um ano.
  2. Modelo novo: fabricado sob medida, com entrega prevista para um ano e meio.

Os requisitos para a nova aeronave incluem maior autonomia de voo, internet de alta velocidade, quarto de casal, chuveiro e capacidade de reabastecimento em voo — características que garantiriam conforto e eficiência em missões presidenciais.

Déficit público e escolhas difíceis

Enquanto o governo avalia a compra, o cenário econômico pressiona. O déficit primário consolidado do setor público chegou a 2,15% do PIB nos últimos 12 meses, tornando qualquer investimento de grande porte alvo de críticas. A proposta de adaptar um Airbus A330-200 adquirido no governo Bolsonaro foi descartada devido aos custos elevados, especialmente para instalar sistemas modernos de comunicação.

O dilema agora é equilibrar a necessidade de segurança e modernização com o rigor fiscal, em um momento em que cortes de gastos são mais urgentes do que nunca. O futuro do “Aerolula” será, inevitavelmente, uma decisão com grande repercussão política e econômica.

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