
Entregadores de Aplicativo Iniciam Greve Nacional por Melhorias nas Condições de Trabalho e Reajustes Salariais
Movimentação marcada para 31 de março a 1º de abril pode mobilizar até 1,8 milhão de profissionais em todo o Brasil.
Entregadores de aplicativos em todo o Brasil decidiram paralisar suas atividades entre os dias 31 de março e 1º de abril, em uma greve nacional que busca exigir melhores condições de trabalho e reajustes nos valores pagos pelas entregas. Organizada por coletivos e associações da categoria, a mobilização pode envolver até 1,8 milhão de entregadores e mototaxistas, que têm se mostrado cada vez mais insatisfeitos com as condições impostas pelas plataformas digitais.
As principais reivindicações incluem o aumento da tarifa mínima por entrega para R$ 10, o reajuste do valor pago por quilômetro rodado, de R$ 1,50 para R$ 2,50, a limitação do raio de atuação para bicicletas em até 3 km, além do pagamento integral por pedidos agrupados, onde o entregador realiza mais de uma entrega em sequência.
Além das questões econômicas, os organizadores denunciam práticas antissindicais, como incentivos financeiros oferecidos pelas empresas para desencorajar a adesão à greve. Em meio a essa mobilização, um debate mais amplo sobre a regulamentação do trabalho dos entregadores por aplicativo está em andamento no Brasil.
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) já finalizou um projeto de lei que visa regulamentar a profissão de entregador, mantendo-a como trabalho autônomo sem vínculo empregatício. O projeto foi encaminhado ao Congresso em fevereiro e prevê contribuições ao INSS, remuneração mínima proporcional ao salário mínimo e o direito à sindicalização, além da contribuição das plataformas à Previdência.
O Supremo Tribunal Federal (STF) também está analisando questões sobre o vínculo empregatício dos entregadores, o que promete gerar um impacto significativo na forma como esses profissionais são tratados legalmente. O movimento de greve, portanto, surge não apenas como uma forma de pressionar as empresas, mas também como um reflexo de uma luta mais ampla por direitos trabalhistas e regulamentação justa da profissão.