“Era só o que faltava”, diz Bolsonaro após diretor da PF falar sobre imunidade

“Era só o que faltava”, diz Bolsonaro após diretor da PF falar sobre imunidade

Ex-presidente criticou chefe da Polícia Federal de ultrapassar limites e critica indiciamento de deputados por discursos na tribuna

O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a usar as redes sociais para disparar críticas. Desta vez, o alvo foi Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, que recentemente afirmou em entrevista coletiva que “não existe imunidade absoluta”, respondendo indiretamente a declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira.

“Intromissão no Legislativo”

Bolsonaro não economizou nas palavras ao acusar Rodrigues de desrespeitar a separação de poderes. “Era só o que faltava: o Diretor-Geral da Polícia Federal agora acha que pode ‘rebater’ e ensinar ao Presidente da Câmara o que é imunidade parlamentar e liberdade de expressão”, declarou.

Para o ex-presidente, o chefe da PF estaria “desafiando o Legislativo” ao emitir declarações que, segundo Bolsonaro, afrontam a “palavra livre dos representantes do povo” e ignoram um dos pilares da democracia. Ele aproveitou para prestar solidariedade a Arthur Lira e aos deputados Marcel Van Hattem e Cabo Gilberto, indiciados recentemente por calúnia e difamação contra um delegado da PF.

Indiciamento Divide Opiniões

O caso dos indiciamentos reacendeu o debate sobre os limites da imunidade parlamentar. Conforme a Constituição, parlamentares são invioláveis por suas opiniões e votos no exercício do mandato. A decisão da Polícia Federal gerou críticas tanto da direita quanto da esquerda no Congresso.

Arthur Lira classificou o indiciamento como preocupante e afirmou que ele pode comprometer o direito ao debate na tribuna. “Não se pode cercear o direito fundamental à crítica e ao debate, ameaçando parlamentares com perseguição judicial ou policial”, disse.

Deputados aliados, como Carlos Jordy (PL-RJ), acusaram a PF de intimidar o Parlamento. “Isso não é contra dois deputados, é contra toda a Câmara e o Congresso Nacional”, enfatizou.

Por outro lado, até mesmo vozes da oposição, como Chico Alencar (PSOL-RJ), discordaram da PF. “Abrir um inquérito contra manifestação na tribuna é um abuso de poder que não podemos aceitar”, declarou.

Liberdade de Expressão ou Excesso de Poder?

As críticas refletem um cenário de tensão entre os poderes e levantam questionamentos sobre os limites das instituições. Enquanto Bolsonaro e seus aliados enxergam abuso por parte da Polícia Federal, o debate em torno da imunidade parlamentar segue polarizado, com ecos que vão além do Congresso e atingem a própria sociedade.

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