Escândalo que lançou suspeitas sobre Rui Costa na pandemia tem novo capítulo
Em 2020, o Brasil enfrentava os horrores da pandemia. Ainda sem vacina, os hospitais estavam sobrecarregados, faltavam materiais e medicamentos para tratar os pacientes — um cenário perfeito para a atuação de oportunistas. E muitos surgiram em diversos estados, aplicando golpes, desviando dezenas de milhões de reais dos cofres públicos e permanecendo impunes.
Na semana passada, a Polícia Federal realizou uma operação de busca para tentar recuperar o dinheiro desviado em um dos casos mais emblemáticos desse período.
Sem a devida cautela ou rigor formal, o Consórcio Nordeste, grupo que reúne os governadores da região, pagou 48 milhões de reais por 300 respiradores que jamais foram entregues. As investigações já identificaram os principais envolvidos no esquema, mas ainda não conseguiram determinar a responsabilidade exata de cada um, o que acaba colocando culpados e possíveis inocentes na mesma situação desconfortável. Um exemplo disso é o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.
Na época do escândalo, Costa era o presidente do Consórcio Nordeste, o que faria dele, em teoria, o responsável político pela fraude. O ministro, no entanto, alega que desconhecia certos detalhes do contrato, que não sabia que a empresa escolhida para fornecer os respiradores não era do ramo, e afirma que foi ele quem acionou a polícia assim que soube das irregularidades. No entanto, a sombra da suspeita continua a pairar sobre ele. A operação da PF da semana passada teve como alvo o empresário baiano Cleber Isaac Ferraz Soares.