Esperança Enterrada: Crise entre Brasil e Venezuela Frustra Tentativas de Diálogo com Maduro
Ocidente vê última chance de influenciar Caracas se esgotar, enquanto crise deixa diálogo cada vez mais distante
A recente crise diplomática entre Brasil e Venezuela parece ter enterrado as últimas esperanças de que o presidente venezuelano Nicolás Maduro se abriria para um diálogo genuíno com o Ocidente. Para países democráticos que depositavam suas apostas nas tentativas de mediação promovidas por Luiz Inácio Lula da Silva, esta era uma alternativa crucial para tentar moderar o regime de Caracas e pressioná-lo a reduzir a repressão política.
Lula chegou a discutir essa estratégia com líderes internacionais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A Casa Branca, entre outros países, via um misto de sanções econômicas e conversas como um caminho para frear os excessos do governo de Maduro. O objetivo era claro: oferecer uma via de diálogo em troca de concessões, como um pacto mínimo com a oposição.
Mas o cenário rapidamente desmoronou. Segundo fontes diplomáticas europeias, o esgotamento dessa estratégia é evidente. Sem alternativas viáveis à mesa, o Ocidente já cogita impor novas sanções ao regime de Caracas, embora reconheça que estas talvez sejam insuficientes, dado o suporte que Maduro recebe de países como China e Rússia.
Outro golpe para as esperanças do Ocidente veio com a fuga de Edmundo González, candidato opositor de Maduro, para a Espanha. O candidato, que alega vitória nas eleições, agora fora do país, representa mais uma perda na luta contra o regime chavista.
O Itamaraty evita comentar a situação, mas fontes internas admitem que muitos países já desistiram de influenciar o processo político venezuelano. Para o Brasil, contudo, a Venezuela continua sendo um desafio inescapável. Com a embaixada argentina em Caracas sob sua responsabilidade e opositores venezuelanos buscando refúgio diplomático, a posição brasileira na crise se torna ainda mais complexa. A negativa de Lula em apoiar a inclusão da Venezuela nos BRICS é apenas uma mostra do desgaste crescente.
Agora, com o Ocidente sem meios de influência imediatos, Maduro tem o campo livre para manter sua estratégia, enquanto o mundo observa sem saber qual será o próximo movimento.