Esquerda faz atos esvaziados contra Bolsonaro sob distanciamento de Lula

Esquerda faz atos esvaziados contra Bolsonaro sob distanciamento de Lula

Manifestações dispersas têm baixa adesão; Gleisi evita comparações e diz que mobilização ‘independente de tamanho’


Os atos convocados por partidos e movimentos de esquerda em resposta ao Bolsonaro no último sábado tiveram uma adesão geralmente baixa, com a desculpa ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do governo federal. Estes protestos foram anunciados após Jair Bolsonaro reunir uma multidão na avenida Paulista em São Paulo, em fevereiro, em meio a investigações da Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Nas imagens divulgadas nas redes sociais, foi possível observar pessoas com camisas e bandeiras de movimentos sociais como MST e CUT, além de cartazes com as cores da Palestina em repúdio aos ataques de Israel aos palestinos na Faixa de Gaza. A presença de capas de chuva e guarda-chuvas indicou que o sábado foi marcado por fortes chuvas, especialmente nas capitais do Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

Os manifestantes do Partido dos Trabalhadores foram instruídos pelos organizadores a não mencionarem o nome de Jair Bolsonaro. Em vez disso, muitos gritaram “Ditadura nunca mais!” em referência ao golpe militar de 1964, que completa 60 anos em 31 de março. Cartazes com a frase “sem anistia” também estavam presentes, em alusão aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, quando os prédios da Praça dos Três Poderes em Brasília foram invadidos e depredados.

As mobilizações concentraram-se principalmente em Salvador (BA) e São Paulo (SP), com a presença de figuras proeminentes do PT, como José Dirceu e José Genoíno, ambos investigados, condenados e presos no julgamento do mensalão. Na capital baiana, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, juntou-se a apoiadores e lideranças femininas no centro histórico do Pelourinho.

Lula optou por não participar do ato, visando se distanciar do tema e concentrar esforços no aumento de sua popularidade, especialmente diante de pesquisas que indicam uma rejeição significativa. Essa decisão acompanha o veto do presidente a eventos relacionados ao golpe e a estratégia do governo de se manter à margem das manifestações. Ele discutiu o assunto com o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, em reunião no Palácio do Planalto na sexta-feira (22).

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