Estudantes da PUC-SP Perdem Estágio Após Atos Racistas em Jogo de Handebol
Quatro alunos de Direito foram demitidos de escritórios de advocacia após vídeo viralizar, mostrando ofensas racistas e aporofóbicas contra discentes da USP durante partida.
Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram demitidos de seus estágios após a divulgação de um vídeo em que aparecem fazendo comentários racistas e preconceituosos. Os alunos – Tatiane Joseph Khoury, Arthur Martins Henry, Matheus Antiquera Leitzke e Marina Lessi de Moraes – foram filmados durante uma partida de handebol, no último sábado (17), nos Jogos Jurídicos Estaduais, em Americana. Nas imagens, os estudantes chamam os participantes da Universidade de São Paulo (USP) de “cotistas” e “pobres”, gerando grande repercussão nas redes sociais.
As atitudes dos estudantes não passaram despercebidas. Escritórios de advocacia que contratavam os alunos, como o Machado Meyer Advogados, Tortoro, Madureira e Ragazzi, Castro Barros Advogados e Pinheiro Neto Advogados, emitiu notas informando os desligamentos. Cada um dos escritórios repudiou veementemente qualquer forma de discriminação, alinhando-se com seus valores institucionais e compromisso com um ambiente inclusivo.
A indignação também se espalhou entre a comunidade acadêmica. O Centro Acadêmico XI de Agosto, da USP, se manifestou em nota, expressando revolta e surpresa diante das ofensas. A instituição frisou que ações como essa são incompatíveis com a formação de profissionais do Direito, que devem lutar contra injustiças e preconceitos.
Em resposta ao ocorrido, a PUC-SP determinou que a Faculdade de Direito conduza uma investigação rigorosa sobre o caso, ressaltando que as atitudes discriminatórias são proibidas pelo Estatuto e Regimento da Universidade. Além disso, a Reitoria garantiu que os responsáveis seriam devidamente penalizados e conscientizados.
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) de São Paulo também iniciou um inquérito para investigar as possíveis implicações criminais dos atos, com as vítimas sendo ouvidas e os vídeos sendo analisados pelas autoridades.
Este episódio levanta novamente o debate sobre o racismo e a aporofobia dentro das universidades e a necessidade urgente de conscientização e ação contra o preconceito em ambientes acadêmicos e profissionais.