
EUA impõem tarifa brutal contra China: até 245% em meio a nova ofensiva comercial
Sem explicar o cálculo, governo Trump eleva a pressão com supertarifas sobre produtos chineses, reacendendo tensão global e abalando cadeias de suprimentos
O clima entre Estados Unidos e China voltou a esquentar, e dessa vez com força total. A Casa Branca anunciou que produtos importados da China podem enfrentar tarifas de até 245% — um aumento agressivo, que superou com folga os 145% que haviam sido mencionados anteriormente. A justificativa? Retaliações chinesas e riscos à segurança nacional. Mas o documento divulgado pelo governo norte-americano não diz como chegaram a esse número tão específico (e estratosférico).
A medida veio junto de uma ordem assinada pelo presidente Donald Trump, que também abriu uma investigação sobre a dependência dos EUA em relação a minerais e derivados processados em outros países — principalmente os vindos da China. É mais um capítulo da longa novela da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, que já vem deixando os mercados globais em estado de alerta.
Enquanto isso, empresas americanas e consumidores começam a sentir o peso dessa escalada. Cortar importações chinesas significa reestruturar cadeias de fornecimento, elevar custos e, claro, encarecer produtos nas prateleiras. Ainda assim, Trump insiste que essa é a melhor forma de trazer de volta os investimentos industriais para solo americano.
Do lado chinês, a resposta não demorou. Pequim aumentou os controles sobre a exportação de terras raras — elementos essenciais para setores de ponta como tecnologia, defesa e aeroespacial. E nesta quarta-feira (16), nomeou Li Chenggang como novo negociador-chefe para lidar diretamente com Washington. Li é veterano na Organização Mundial do Comércio (OMC), embora a própria OMC esteja com sua autoridade enfraquecida desde o primeiro mandato de Trump.
A pressão americana não se limita à China. Trump já deixou claro que quer que o mundo escolha um lado — ou se alinha aos EUA, ou arca com as consequências. Tarifa de 10% para todos os países, suspensão temporária das sobretaxas para alguns — menos a China — e muita diplomacia na base da intimidação.
Enquanto as engrenagens do comércio internacional rangem, os próximos passos dessa disputa ainda são uma incógnita. Mas uma coisa é certa: com tarifas beirando os 250%, o tom da conversa entre Washington e Pequim está mais para grito do que para diálogo.