EUA interromperam envio de bombas para Israel; Biden diz que armas enviadas por americanos foram usadas para matar civis

EUA interromperam envio de bombas para Israel; Biden diz que armas enviadas por americanos foram usadas para matar civis

Os Estados Unidos interromperam na semana passada o envio de bombas a Israel depois que o país não apresentou resposta às “preocupações” de Washington sobre seus planos de invadir

Ele falou também que Israel não terá apoio dos EUA se entrar em centros populosos — trata-se de uma menção à invasão a Rafah, no sul da Faixa de Gaza. As forças israelenses fizeram uma pequena operação militar na cidade na terça-feira, mesmo com os pedidos dos americanos para que não entrassem, e pode ser que voltem a entrar na cidade.

“Se Israel entrar em Rafah, eu não vou fornecer as armas que serão usadas”, afirmou ele.

A informação foi publicada inicialmente pela agência americana Associated Press e pela rede de TV dos EUA CNN.

“Na semana passada, detivemos um envio de armas: 1.800 bombas de 907 kg e 1.700 bombas de 226 kg”, disse a fonte da administração Biden, sob a condição de anonimato.

“Não tomamos uma decisão definitiva sobre como proceder com o envio”, acrescentou a fonte.

O governo Biden tomou a decisão no momento em que parecia que Israel estava prestes a iniciar uma grande operação terrestre em Rafah, à qual Washington expressou sua firme oposição.

Na segunda-feira (6), as Forças de Defesa de Israel (FDI) haviam ordenado que pessoas da região leste da cidade de Rafah deixassem suas casasA evacuação dos refugiados fazia parte da “preparação para uma operação terrestre na região”, disse o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari.

As Forças de Defesa de Israel disseram nesta quarta (8) que conduziram missões de “contraterrorismo” em áreas do leste de Rafah, matando membros do Hamas e danificando bases usadas pelo grupo.

Essas operações ocorrem sob intensa pressão internacional, por conta do custo humanitário da interveção por terra na cidade, que abriga centenas de milhares de refugiados.

O local é considerado o último refúgio para mais de 1 milhão de palestinos de todas as regiões da Faixa de Gaza que tiveram que abandonar suas casas e migrar para o sul por conta da guerra — a campanha militar israelense iniciou ataques ao norte do território e seguiu ao sul.

Israel afirma que Rafah, no extremo sul de Gaza, é o último bastião do Hamas e, portanto, o último front de batalha para completar sua guerra contra o grupo terrorista.

Nesta quarta-feira (8), o governo israelense disse que reabriu a passagem de Kerem Shalom para a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. O Exército israelense havia fechado a passagem, que fica ao sul do território, no domingo (5) após um bombardeio do Hamas nas proximidades ter matado quatro soldados.

Após a liberação, caminhões de ajuda do Egito trazendo comida, água, medicamentos e outros insumos e equipamentos doados pela comunidade internacional estão chegado à região. O Ministério da Defesa de Israel afirma que todos os veículos estão passando por inspeções de segurança antes de cruzar a fronteira.

Porta de entrada de ajuda

Desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro de 2023, a cidade serviu como o principal ponto de comunicação de Gaza com o restante do mundo.

Rafah tem servido como a porta de entrada da maior parte da ajuda humanitária para os palestinos, e foi ponto saída dos estrangeiros que estavam em Gaza e recebiam autorização para deixar o território — além de reféns libertados pelo Hamas durante o cessar-fogo de novembro de 2023.

Com o avanço da guerra, Rafah começou a receber muitos refugiados e viu sua população explodir de cerca de 280 mil pessoas para 1,5 milhão, que se alocaram provisoriamente em tendas.

Proposta de cessar-fogo

grupo terrorista Hamas afirmou na segunda-feira que aceitou uma proposta de cessar-fogo elaborada pelo Egito e Catar –os dois países trabalham na mediação do conflito.

De acordo com a agência Reuters, uma autoridade de Israel afirmou que os termos da proposta foram suavizados pelo Egito e que Tel Aviv não pode aceitá-lo. Ele disse que, aparentemente, o Hamas teria aceitado o cessar-fogo para que os israelenses sejam vistos como a parte que se recusa a chegar a um acordo.

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel afirmou que o país está ainda estudando como vai responder à proposta, mas que por ora eles vão seguir operando na Faixa de Gaza.

Houve comemoração de palestinos em Rafah após a notícia sobre um possível cessar-fogo. Mas o gabinete de guerra de Israel não recuou em seus planos de bombardear a cidade, deslocar sua população e realizar uma incursão por terra.

O gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, disse que a proposta do Egito e do Catar está “longe das demandas essenciais de Israel”, mas que mesmo assim enviará negociadores ao Cairo para continuar as conversas sobre um acordo de cessar-fogo.

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