Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, é investigado por estupro de adolescente
Informação foi dada pelo ministro da Justiça, César Siles, em coletiva de imprensa; ex-mandatário do país teria se envolvido com garota de 15 anos e tido um filho com ela, em 2016
O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, negou nesta sexta-feira as acusações de estupro de menor, que vieram à tona em uma investigação recente, classificando o caso como uma “mentira” e afirmando que a Justiça já arquivou o processo. Segundo as denúncias, o crime teria ocorrido há cerca de oito anos, quando Morales ainda estava no poder. O ministro da Justiça da Bolívia, César Siles, afirmou que o ex-presidente teria tido um filho com a menor envolvida no caso.
Durante uma entrevista coletiva, Morales expressou sua indignação: “Não entendo que tipo de ministro da Justiça temos, sabendo que este caso já foi encerrado, porque não houve nada, é tudo uma mentira”, declarou.
O escândalo veio à tona na quarta-feira, quando a promotora Sandra Gutiérrez alegou ter sido afastada após emitir um pedido de prisão contra Morales, em meio a uma investigação por “tráfico de pessoas”, que incluía uma menor de idade. Esse pedido acabou sendo negado, o que levou o governo boliviano, por meio de dois ministérios e do próprio presidente Luis Arce, a tomar cinco medidas em resposta, entre elas a anulação da decisão que impedia a prisão de Morales e ações contra as autoridades que a suspenderam, conforme reportado pelo jornal “Los Tiempos”.
O ministro da Justiça afirmou que as ações do juiz foram “ilegais e arbitrárias”, violando procedimentos legais e constitucionais. Arce também solicitou que o caso fosse colocado sob sigilo para proteger a vítima e evitar a politização, considerando a situação “extremamente delicada”. Ele assegurou que o governo jamais usaria um caso tão sensível para fins políticos.
Morales, que se afastou politicamente de Arce e agora compete com ele pela liderança do partido governista, o Movimento ao Socialismo (MAS), sugeriu que a denúncia faz parte de uma perseguição política para minar sua imagem e candidatura nas próximas eleições.
“Há uma resolução do Ministério Público que rejeita a denúncia de estupro qualificado. Investigaram por um ano e não encontraram nada, porque é mais uma mentira”, afirmou Morales.
O governo de Arce também determinou que o Ministério da Justiça se envolva diretamente no caso, além de apoiar um projeto de lei que propõe a imprescritibilidade dos crimes contra menores, reforçando o compromisso do governo em proteger as crianças.
