Ex-comandante da Marinha é alvo de buscas em operação da PF que apura tentativa de golpe de Estado

Ex-comandante da Marinha é alvo de buscas em operação da PF que apura tentativa de golpe de Estado


O ex-comandante da Marinha, almirante Garnier Santos, está entre os alvos de busca e apreensão na Operação Tempus Veritatis, conduzida pela Polícia Federal (PF) para investigar uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A PF realizou buscas em residências de 15 militares, incluindo ex-ministros como general Braga Netto, general Augusto Heleno e general Paulo Sérgio Nogueira.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que é capitão reformado do Exército, também foi alvo da operação, sendo submetido a medidas restritivas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre Moraes. Essas medidas incluem a proibição de deixar o país, a entrega do passaporte em 24 horas e a restrição de se comunicar com outros investigados.

Garnier Santos foi mencionado na delação do ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid como o único chefe de uma Força a apoiar o plano golpista de manter Bolsonaro no poder. Conforme a delação, o almirante teria afirmado ao ex-presidente, em uma reunião no Palácio da Alvorada, que sua tropa estava pronta para atender a um chamado de Bolsonaro.

O ex-comandante da Marinha já havia sido indiciado em outubro do ano passado no relatório da CPI do 8 de Janeiro por crimes como associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. A relatora da CPI, senadora Eliziane Gama, declarou que Garnier Santos “aderiu” ao plano golpista e desempenhou um papel decisivo nos atos antidemocráticos ocorridos em manifestações bolsonaristas.

A operação da PF, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, abrange 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares, como a proibição de contato com outros investigados e a entrega de passaportes em 24 horas. Os mandados estão sendo cumpridos em diversos estados brasileiros. A investigação aponta para a divisão do grupo em dois núcleos, um destinado a disseminar a ideia de fraude nas eleições e outro focado no planejamento de um golpe de Estado, com apoio de militares especializados.

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