Ex-diretor da Petrobras, nomeado por Lula, é condenado a sete anos de prisão
Na última decisão da 13ª Vara Federal de Curitiba, o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, foi sentenciado a sete anos de prisão em regime semiaberto por corrupção passiva. A decisão do juiz Fábio Nunes de Martino também estabeleceu 240 dias-multa, cada um equivalente a três salários mínimos, totalizando uma multa de R$ 21,8 milhões. Essa quantia inclui correção monetária e juros, destinados a compensar os danos causados à empresa petrolífera.
O magistrado, que assumiu os casos relacionados à “lava jato” em junho deste ano, fundamentou sua decisão em depoimentos de testemunhas, destacando a materialidade e autoria do delito. A sentença ressalta que Renato Duque agiu de maneira consciente e deliberada na prática do crime, ocupando um cargo elevado em uma das maiores empresas estatais do mundo.
Apesar de sua posição destacada na Petrobras, com remuneração substancial e prestígio internacional, Duque foi acusado de ceder à ganância, resultando em vantagens ilícitas superiores a R$ 15 milhões. O juiz Fábio Nunes de Martino considerou esses valores impressionantes, mesmo em comparação com crimes de lavagem e tributários, resultando em um “grande prejuízo à Petrobras e a toda a coletividade”.
Martino levou em conta a acentuada reprovabilidade da conduta ao determinar a pena, enfatizando que o réu, indicado ao cargo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiro mandato, já havia sido condenado a 57 anos de prisão por crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Renato Duque, no entanto, foi beneficiado por acordos de delação premiada.
A condenação reforça o compromisso das autoridades em combater a corrupção e punir aqueles que causam danos às instituições e à sociedade.