Ex-primeira-dama do Peru chega ao Brasil após asilo diplomático concedido pelo governo Lula
Após condenação por lavagem de dinheiro, Nadine Heredia é transferida para Brasília em voo da FAB para resolver trâmites burocráticos.
Na manhã desta quarta-feira, a ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, chegou a Brasília após o governo de Luiz Inácio Lula da Silva conceder asilo diplomático a ela. A decisão ocorreu após a condenação de Nadine, que foi sentenciada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, em um caso que envolve o esquema de caixa 2 da empreiteira Odebrecht. A ex-primeira-dama e seu filho, Samir Mallko Ollanta Humala Heredia, viajaram para o Brasil em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB), onde deverão resolver as questões burocráticas relacionadas ao asilo.
Nadine é esposa do ex-presidente peruano Ollanta Humala, que governou o país entre 2011 e 2016. O ex-presidente também foi condenado, mas, ao contrário de Nadine, não solicitou asilo político. Após a sentença de prisão, Humala foi preso em Lima, mas seu caso seguiu em paralelo ao de sua esposa.
Em nota, o Ministério de Relações Exteriores do Peru informou que a embaixada brasileira em Lima comunicou sua decisão de conceder asilo à ex-primeira-dama e seu filho, conforme os termos da Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954. A nota também explicou que o Brasil solicitou ao governo peruano a emissão de salvo-condutos para garantir o traslado de ambos, o que foi prontamente atendido.
Nadine não compareceu ao julgamento e, após a leitura da sentença, se dirigiu à embaixada brasileira em Lima para formalizar o pedido de asilo. O advogado do ex-presidente Humala, Wilfredo Pedraza, afirmou que a defesa não sabia da intenção de Nadine de solicitar asilo político, e que a decisão foi tomada logo após a prisão determinada pela sentença.
O casal Humala e Heredia foi acusado de receber recursos ilegais da Odebrecht durante a campanha presidencial de 2011, quando Ollanta foi eleito. As investigações apontaram que foram transferidos US$ 3 milhões para financiar a campanha, e Nadine foi acusada de ser cofundadora do Partido Nacionalista. Em 2018, ambos foram presos preventivamente, mas receberam habeas corpus do Tribunal Constitucional do Peru para responder ao processo em liberdade.
