“Exclusão em Marcha: Exército dos EUA Começa a Expulsar Militares Transgêneros”

“Exclusão em Marcha: Exército dos EUA Começa a Expulsar Militares Transgêneros”

Decisão do governo Trump, respaldada pela Suprema Corte, impõe desligamento compulsório a partir de junho e reacende debate sobre direitos civis nas Forças Armadas.

Em mais um capítulo da guinada conservadora do governo Trump, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos deu início a um processo que pode retirar compulsoriamente até mil militares transgêneros do serviço ativo. A medida, oficializada por um memorando interno divulgado na quinta-feira (8), orienta que os integrantes das Forças Armadas que se identificam como transgêneros deixem voluntariamente seus postos até o dia 6 de junho. Aqueles que não o fizerem serão desligados compulsoriamente após esse prazo. Reservistas terão até 7 de julho para tomar a mesma decisão.

A ordem foi possível graças à recente autorização da Suprema Corte, que liberou a execução de uma política proposta por Donald Trump ainda em seu primeiro mandato e reativada com força total agora, em seu retorno ao poder. A diretriz se baseia na exclusão de pessoas diagnosticadas com disforia de gênero, mesmo que esses militares tenham histórico exemplar de serviço, como a comandante Emily Shilling, que já atuou em missões no Iraque e Afeganistão.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth — figura influente da ala ultraconservadora e ex-apresentador da Fox News — deixou clara sua intenção de “eliminar o politicamente correto” nas Forças Armadas. Em suas palavras, “chega de pronomes, chega de caras de vestido”, sinalizando um posicionamento duro e sem espaço para inclusão de gênero dentro da estrutura militar.

De acordo com estimativas citadas pela CNN, cerca de 4.240 militares ativos, da Guarda Nacional e da reserva possuem diagnóstico de disforia de gênero, embora esse número possa ser maior. Desde fevereiro, quando o Pentágono pediu que os transgêneros se identificassem, cerca de mil responderam à convocação.

Grupos de direitos civis e diversas lideranças já se mobilizam contra a medida, denunciando-a como discriminatória e inconstitucional. Um juiz federal já havia barrado uma decisão semelhante em março, alegando que não havia qualquer evidência de que a presença de pessoas transgêneros prejudicasse o funcionamento das Forças Armadas.

Com a implementação definitiva da política de Trump, o debate sobre a presença de pessoas trans no serviço militar volta ao centro da política americana, colocando em xeque os avanços conquistados nos últimos anos em prol da diversidade e dos direitos humanos.

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