Exército Brasileiro Restrige Concorrência de Drones e Afirma Rumo à Autonomia na Defesa Nacional

Exército Brasileiro Restrige Concorrência de Drones e Afirma Rumo à Autonomia na Defesa Nacional

Em resposta ao cenário geopolítico atual, Exército impede participação de empresas sujeitas a leis americanas, priorizando desenvolvimento nacional e parcerias estratégicas.

No recente lançamento da Consulta Pública 01/2025 pelo Exército Brasileiro, que busca a aquisição de drones para sua Aviação, uma exigência controversa foi imposta: as empresas interessadas na concorrência não podem estar sob a Regulação Internacional do Tráfico de Armas (ITAR), legislação americana que dá aos EUA o controle sobre a exportação de tecnologias militares.

Esse movimento ocorre dentro de um contexto geopolítico em transformação, impulsionado pela presidência de Donald Trump. A medida visa garantir maior independência e segurança no desenvolvimento da indústria de Defesa nacional, alinhando-se a uma tendência observada em outros países, como a União Europeia, que também reforçou sua autonomia após as tensões com os Estados Unidos.

O Exército Brasileiro já conta com drones como o Nauru 1000C, mas a busca por equipamentos mais avançados, como o SARP Catg3, faz parte de um investimento de R$ 4,9 bilhões em programas estratégicos. A decisão de restringir a participação de empresas americanas ou sob suas regulamentações está diretamente ligada ao fortalecimento da base industrial de Defesa nacional, com a promessa de que partes e componentes sejam fabricados no Brasil, o que impulsiona a economia local e reduz a dependência de importações.

Além disso, a compra dos drones visa garantir que o Brasil se torne mais autossuficiente na produção de armamentos, como mísseis MAX 1.2 AC e o antinavio Mansup, e no desenvolvimento do Míssil Tático de Cruzeiro-300 (MTC-300), um projeto que ainda aguarda resolução da crise envolvendo a Avibrás.

Enquanto o Exército se prepara para fortalecer sua base industrial, as relações internacionais também passam por mudanças, com a Marinha e a Força Aérea Brasileira reforçando laços com a Europa, como demonstrado na Operação Jeanne d’Arc, e buscando alternativas como a Índia para parcerias militares. A busca por independência no setor de Defesa, já defendida por setores políticos da esquerda, remonta a decisões passadas de países como a França, que, no século 20, optou por buscar sua própria autonomia nuclear diante das incertezas das alianças com os Estados Unidos.

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