
Explosão em estação de gás na Rússia: Moscou e Kiev trocam acusações
Tensão na fronteira: Rússia e Ucrânia culpam-se por ataque a infraestrutura energética
A Rússia e a Ucrânia protagonizaram mais um capítulo de acusações mútuas nesta sexta-feira (21), após a explosão de uma estação de bombeamento de gás localizada em Sudzha, próximo à fronteira entre os dois países. O ataque ocorre em meio a discussões sobre uma possível moratória, apoiada pelos Estados Unidos, para evitar ofensivas contra infraestruturas energéticas.
Vídeos da região mostram um incêndio na estação de Sudzha, que fica dentro do território russo, a poucos quilômetros da Ucrânia. O local já havia sido ocupado por forças ucranianas no ano passado, mas Moscou conseguiu recuperar o controle após semanas de combates intensos.
O Ministério da Defesa russo afirmou que tropas ucranianas explodiram a instalação ao se retirarem da área, classificando o episódio como uma violação do acordo informal de cessar ataques a infraestruturas energéticas. Moscou sustenta que tem respeitado esse pacto desde uma conversa telefônica recente entre o presidente Vladimir Putin e o presidente dos EUA, Donald Trump.
Por outro lado, Kiev rebateu a acusação, dizendo que foram os próprios russos que detonaram a estação para fabricar uma justificativa e culpar a Ucrânia. Segundo o governo ucraniano, trata-se de mais uma “provocação” russa e uma tentativa de enganar a comunidade internacional.
O Comitê Investigativo da Rússia abriu uma investigação criminal sobre o incidente, tratando-o como um “ato de terrorismo” que causou prejuízos significativos ao fluxo de gás que antes abastecia a Europa. Enquanto isso, militares ucranianos denunciaram que a Rússia bombardeou a área com artilharia para simular um ataque de bandeira falsa.
A troca de acusações acontece em um contexto de negociações para um cessar-fogo mais amplo. Durante a conversa entre Putin e Trump, o líder russo rejeitou uma proposta de trégua de 30 dias, mas aceitou suspender ataques a instalações energéticas. Kiev, por sua vez, afirma estar disposta a aderir ao acordo, caso ele seja formalizado em negociações.
A escalada de tensão levanta novas incertezas sobre o futuro do conflito, enquanto a comunidade internacional acompanha com apreensão os desdobramentos.
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