Explosão no INSS: Lula exonera presidente após escândalo bilionário vir à tona
Alessandro Stefanutto é afastado do cargo após investigação revelar fraude de R$ 6,3 bilhões em aposentadorias e pensões; operação mobilizou centenas de agentes pelo país.
Pressionado pelas revelações de uma fraude em larga escala no sistema previdenciário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu nesta quarta-feira (23/4) demitir Alessandro Stefanutto do comando do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A medida foi confirmada pela Secretaria de Comunicação da Presidência, poucas horas depois de a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagrarem a chamada “Operação Sem Desconto”.
Stefanutto foi formalmente afastado do cargo por ordem judicial após ser diretamente implicado num esquema que, segundo as autoridades, operava descontos indevidos em benefícios previdenciários – como aposentadorias e pensões – sem o consentimento dos segurados. O rombo estimado nas contas públicas ultrapassa R$ 6,3 bilhões entre os anos de 2019 e 2024.
A operação resultou em mandados de busca e apreensão tanto no gabinete do ex-presidente do INSS quanto na sua residência. Ao todo, mais de 700 agentes da PF e 80 auditores da CGU foram mobilizados para cumprir 211 ordens judiciais, incluindo seis prisões temporárias e sequestro de bens que somam mais de R$ 1 bilhão.
As ações se espalharam por 13 estados e o Distrito Federal, atingindo locais como São Paulo, Amazonas, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Sul, numa tentativa de desmontar toda a rede de corrupção por trás do golpe contra os aposentados brasileiros.
Diante da gravidade dos fatos, a permanência de Stefanutto no comando do órgão se tornou insustentável. Para um governo que tenta se firmar como defensor dos mais vulneráveis, um escândalo que atinge justamente quem mais depende do Estado – os aposentados e pensionistas – caiu como uma bomba.
A exoneração, ainda que tardia, é uma tentativa de conter o desgaste político e de mostrar reação diante de um esquema que, além de bilionário, é cruel: rouba justamente de quem tem pouco.
