Falas polêmicas de Lula afastam eleitorado feminino e derrubam aprovação do governo

Declarações controversas e aumento do custo de vida geram descontentamento entre as mulheres

Historicamente um dos principais grupos de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as mulheres têm demonstrado crescente insatisfação com seu governo. O descontentamento se deve tanto a declarações consideradas machistas feitas pelo petista quanto à alta dos preços dos alimentos, que tem impactado diretamente o cotidiano das famílias brasileiras.

Pesquisas recentes da Genial/Quaest e do Datafolha indicam uma queda na avaliação positiva do governo entre as mulheres. Essa tendência também foi confirmada pelo monitoramento da consultoria Gobuzz, que analisou 80.809 comentários em redes sociais como Facebook, Instagram e X (antigo Twitter). O estudo apontou que algumas declarações de Lula repercutiram negativamente entre o público feminino.

Declarações que geraram polêmica

Entre as falas mais criticadas, destaca-se uma comparação feita pelo presidente ao se declarar um “amante da democracia”. Ele afirmou que, “na maioria das vezes, os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres”. A frase gerou indignação entre internautas, que a interpretaram como desrespeitosa e machista.

Outro momento polêmico aconteceu durante um evento no Palácio do Planalto, ao comentar sobre o aumento dos casos de violência doméstica. Lula afirmou que “depois de jogo de futebol, aumenta a violência contra a mulher” e tentou amenizar dizendo que “se o cara é corintiano, tudo bem”. A declaração foi vista como insensível diante da gravidade do problema.

Queda na aprovação entre as mulheres

O impacto dessas declarações refletiu diretamente nos números de aprovação do governo. Segundo a pesquisa Quaest, divulgada no mês passado, a taxa de aprovação geral caiu cinco pontos percentuais, passando de 52% para 47%. No recorte feminino, a queda foi de 54% para 49%.

A pesquisa Datafolha também registrou uma redução significativa na percepção positiva do governo. Entre dezembro e fevereiro, a porcentagem de mulheres que consideravam o governo “ótimo” ou “bom” caiu de 38% para 24%, uma queda de 14 pontos percentuais.

Repercussão e possíveis impactos

O declínio na popularidade entre as mulheres é um fator preocupante para o governo, pois elas representam 52% do eleitorado brasileiro. Especialistas apontam que, além das falas controversas, a alta dos preços dos alimentos e o impacto econômico sobre as famílias têm agravado a insatisfação desse público.

A gestão do governo Lula precisará lidar com esse desgaste e buscar uma reaproximação com o eleitorado feminino, seja por meio de novas políticas públicas voltadas para mulheres, seja adotando uma comunicação mais sensível e alinhada às preocupações desse segmento.