Fantasmas do Turismo: Denúncia expõe supostos servidores que recebem até R$ 38 mil na Embratur

Fantasmas do Turismo: Denúncia expõe supostos servidores que recebem até R$ 38 mil na Embratur

MPF e TCU investigam caso; Freixo nega irregularidades e demite envolvidos

Uma denúncia grave colocou a Embratur, agência de promoção do turismo presidida por Marcelo Freixo (PT), sob os holofotes. O Ministério Público Federal (MPF) e o Tribunal de Contas da União (TCU) estão investigando a suspeita de que a agência contratou 30 funcionários fantasmas nos últimos seis meses. Entre os apontados na lista, cinco foram demitidos nesta terça-feira (19), sendo pelo menos dois ligados ao ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil).

Freixo justificou as demissões alegando mau desempenho, enquanto a Embratur defende que parte dos acusados está em regime de teletrabalho ou cedidos ao Ministério do Turismo. Contudo, relatos de funcionários atuais e ex-colaboradores indicam que muitos dos supostos fantasmas nunca foram vistos na sede da agência.

Funcionários suspeitos e vínculos políticos

Entre os demitidos estão Ana Paula Uchoa e Débora Carvalho, ambas lotadas no Pará, estado natal de Sabino. Apesar de ocuparem cargos de destaque no marketing internacional da Embratur, colegas afirmam nunca tê-las encontrado na sede. Outro caso é o de Marcelo Cebolão, gerente de marketing internacional com salário de R$ 38,3 mil e vínculo político com o União Brasil no Pará. Ele afirma trabalhar remotamente, mas não apresentou provas concretas de suas atividades na agência.

Outro nome citado foi o da publicitária Maria Pia Melles, filha de Carlos Melles, ex-presidente do Sebrae e aliado de Jair Bolsonaro. Contratada como assessora, ela reside em Minas Gerais e não soube detalhar os projetos que realiza para a Embratur. Após contato com a imprensa, Maria Pia alterou informações em suas redes sociais.

Repercussão e próximos passos

A denúncia anônima, feita por servidores da própria Embratur, foi encaminhada ao MPF e ao TCU. No TCU, o caso está em análise técnica, e o MPF avalia a abertura de uma investigação formal.

Freixo defendeu sua gestão, destacando que reduziu os cargos na agência e reiterou que não há espaço para loteamento político ou funcionários fantasmas. No entanto, a pressão sobre a Embratur cresce, e as investigações podem trazer desdobramentos significativos.

Enquanto isso, as suspeitas pairam sobre o grupo de 34 funcionários em regime de teletrabalho integral, onde se concentra a maioria das acusações. A imagem da Embratur, como órgão de promoção do turismo, enfrenta turbulências que podem comprometer sua credibilidade.

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