Portugal: Filho de líder do Comando Vermelho desafia GNR à saída de loja
O artista Oruam, filho de Marcinho VP, conhecido líder do Comando Vermelho, uma das mais notórias organizações criminosas do Brasil, foi interceptado por agentes da GNR enquanto fazia compras em uma loja esportiva no Freeport Lisboa Fashion Outlet, em Alcochete, na sexta-feira à tarde.
Em um vídeo divulgado nas mídias sociais, é visível o confronto verbal entre o músico de 22 anos, que havia feito um show no “Newgang Festival” na MEO Arena na noite anterior, e um dos oficiais que o abordou, solicitando que o acompanhasse. “Por que precisamos seguir vocês?”, indaga Oruam, vestindo um capuz e com as mãos nos bolsos. O oficial respondeu que lhe explicaria em breve.
Depois de pensar por alguns segundos, Oruam questiona novamente, “E se a gente não quiser ir? Somos obrigados? O que fizemos?”, com o oficial insistindo na necessidade de acompanhá-los, “de um jeito ou de outro”. Aconselhado pelos amigos a deixar o local (“Vamos, vamos, vem!”), ele então pede para que continuem filmando os oficiais.
Oruam, acompanhado por ao menos três guardas e um grupo grande de amigos, informou posteriormente em seu Instagram (que tem oito milhões de seguidores) que, após o incidente, prosseguiu com suas compras. Ele comentou sobre o episódio dizendo: “Depois daquilo, saímos e o pessoal de Portugal veio nos apoiar. Disseram que era inveja. Já estou acostumado.”
Em outro registro feito por um amigo no momento, Oruam menciona que estavam apenas fazendo compras quando foram abordados pelos oficiais: “Quer seguir a gente? Não vão encontrar nada. A polícia, aqui em Portugal, quer nos abordar só porque saímos da loja com muitas sacolas. Agora, veja só. Fazer compras virou crime. Se contar, ninguém acredita.”
Por outro lado, uma fonte oficial da GNR relatou ao JN que a presença dos militares no local foi motivada por uma denúncia sobre um cheiro forte de substância ilícita. Ao chegarem, questionaram o grupo de aproximadamente 15 pessoas. Devido ao número reduzido de agentes e por questões de segurança, a abordagem foi limitada, permitindo que o grupo se dispersasse sem que fosse possível verificar as suspeitas alegadas. A GNR, contudo, registrou uma queixa ao Ministério Público por gravações sem autorização, conforme informado pela fonte.