Flávio Bolsonaro alfineta Alcolumbre e reafirma liderança do pai na direita
Senador questiona proximidade do presidente do Senado com Lula e diz que Bolsonaro continua sendo o nome central da direita, mesmo com inelegibilidade em jogo
Em entrevista ao jornal O Globo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não economizou nas críticas ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), por suas constantes aparições ao lado do presidente Lula. Segundo Flávio, essa proximidade excessiva desperta preocupação:
“Davi anda viajando muito com o Lula. Me preocupa se ele está sendo influenciado pelo governo”, disparou.
O estopim da crítica foi a discussão em torno da proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Para Flávio, o PL foi deixado de fora das conversas, e ele rejeita qualquer tentativa de empurrar um texto intermediário:
“Essa tal ‘semi-anistia’ não existe enquanto não se esclarecer que projeto é esse.”
Flávio também saiu em defesa do pai, Jair Bolsonaro, afirmando que, mesmo fora do jogo eleitoral até segunda ordem, ele ainda é “a principal figura da direita brasileira”. O senador acredita que a inelegibilidade será revertida e voltou a classificar as acusações contra o ex-presidente como perseguição política.
“Bolsonaro não foi mentor de nada. O que existe contra ele é um processo absurdo, um ataque político disfarçado de justiça.”
Sobre as articulações que tentam construir uma alternativa à candidatura de Bolsonaro em 2026, o senador deixou claro: “Para onde Bolsonaro apontar, é para lá que a direita vai.” Ele ainda ironizou o ex-presidente Michel Temer, que tem se aproximado de governadores como Zema e Caiado:
“Temer não tem liderança eleitoral. A indicação do Moraes ao STF foi um erro histórico que ainda pagamos.”
Ao falar sobre o futuro da direita, Flávio citou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como peça chave, mas não como presidenciável, e sim como apoio regional:
“Tarcísio é um palanque estratégico em São Paulo, mas como candidato à reeleição.”
No fim da entrevista, Flávio reforçou que não há pressa para escolher um nome caso Bolsonaro continue fora da disputa:
“Não tem prazo. Bolsonaro segue firme. É o mais preparado para conduzir o país a partir de 2027.”
Enquanto os bastidores da política fervem, a família Bolsonaro segue se posicionando como guardiã da direita — e pronta para ocupar novamente o centro do palco.
