Fogo Cruzado em Brasília: Haddad Desabafa e Lula Corre em Defesa

Fogo Cruzado em Brasília: Haddad Desabafa e Lula Corre em Defesa

Ministro da Fazenda vira alvo de críticas pelo aumento do IOF, mas recebe respaldo do presidente em meio à pressão pesada do Congresso e do próprio governo

Em meio ao turbilhão de críticas pela alta no IOF, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, resolveu abrir o jogo e desabafar. Durante um evento no Paraná, ao lado de militantes do MST e do presidente Lula, ele não escondeu que o peso de estar no governo é enorme, mas, ainda assim, acredita que vale a pena.

— Trabalhar no governo Lula é sempre uma experiência intensa. A gente sofre, é criticado de todo lado, mas dias como hoje fazem tudo valer a pena — disse Haddad, visivelmente emocionado, durante a entrega de títulos do Programa Terra da Gente, em Ortigueira (PR).

Lula, por sua vez, não deixou o ministro sozinho no meio do fogo cruzado. Fez questão de elogiá-lo publicamente, destacando sua importância nas negociações que viabilizaram o assentamento. — Quando temos gente competente à mesa, muita coisa acontece. Haddad e Messias estão de parabéns — afirmou o presidente.

O aumento do IOF, que gerou essa crise toda, desagradou tanto a base aliada quanto a oposição. A pressão foi tanta que, no mesmo dia da publicação do decreto, parte da medida foi revertida, principalmente na questão dos fundos de investimento no exterior. Mas o estrago já estava feito.

Agora, o Congresso ameaça derrubar de vez o restante do decreto. Segundo o presidente da Câmara, Hugo Motta, tanto ele quanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, poderiam ter colocado a pauta para votação — e ela seria aprovada, segundo eles. No entanto, decidiram dar um prazo de dez dias para que o governo encontre uma solução negociada.

— O Legislativo não quer incendiar o país, mas, se não vier uma saída, a gente vota e derruba — cravou Motta, deixando claro que a paciência tem limite.

Ao mesmo tempo, mais de vinte projetos já estão prontos no Congresso para anular o decreto. A Câmara também deve criar um grupo de trabalho para discutir isenções fiscais e até cogita alternativas como cortar benefícios tributários e acelerar a reforma administrativa para resolver o impasse sem pesar tanto no bolso dos brasileiros.

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