“Fui para me despedir, mas acabei ficando”: José Múcio explica sua permanência no governo

“Fui para me despedir, mas acabei ficando”: José Múcio explica sua permanência no governo

Ministro da Defesa revela que, apesar do desejo de aposentadoria, permaneceu no cargo por pedido do presidente Lula e desafios internos do governo

Durante uma entrevista no Roda Viva, transmitida na noite desta segunda-feira (10/2), o ministro da Defesa, José Múcio, detalhou os bastidores de sua permanência no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Embora tenha cogitado a saída e o desejo de se afastar da política, Múcio revelou que continua no cargo a pedido pessoal do presidente, especialmente diante das dificuldades enfrentadas pelo governo.

Múcio explicou que, inicialmente, tinha a intenção de se despedir do governo para dedicar mais tempo à sua família e evitar a exposição política. “Na sexta-feira fui para me despedir e acabei ficando”, contou, descontrído, durante sua participação no programa.

Apesar de não ter mais interesse por cargos públicos, Múcio enfatizou a relação de amizade que mantém com o presidente Lula, que o convidou para o governo e lhe pediu que permanecesse para enfrentar os desafios que surgiriam. O ministro relatou que, nos primeiros meses de governo, a situação foi especialmente difícil, com tensões tanto de parte da direita, que não compreendia o posicionamento dos militares, quanto da esquerda, que desconfiava dos militares. Múcio afirmou que, sem a postura dos militares, o golpe de 8 de Janeiro teria sido mais grave.

No início de 2024, após o polêmico vídeo divulgado pela Marinha, que gerou críticas sobre os privilégios militares, Múcio colocou seu cargo à disposição do presidente. “Aquele vídeo foi uma imprudência e causou insatisfação dentro do governo”, reconheceu. O ministro, que ficou surpreso com a repercussão do vídeo, sugeriu ao presidente Lula que entregasse o cargo para acalmar os ânimos internos. Lula, no entanto, pediu mais tempo para refletir e, na semana seguinte, pediu que Múcio continuasse.

Múcio também mencionou que procurou o almirante Olsen para realizar uma espécie de “mea culpa” com o presidente, acreditando que essa atitude ajudaria a resolver a situação sem precisar mudar drasticamente a equipe. “Achamos que dar um passo atrás seria melhor que mudar de caminho”, afirmou o ministro, destacando que a solução foi mais eficaz do que uma possível demissão.

Com o apoio de Lula, Múcio segue no cargo, demonstrando que, apesar das dificuldades e tensões, sua permanência tem como base o compromisso com o governo e a amizade com o presidente.

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