‘Gabinete do ódio’ do PT no Planalto tem parceria com influenciadores

‘Gabinete do ódio’ do PT no Planalto tem parceria com influenciadores

Uma rede de perfis governistas defende Lula por meio de ataques coordenados a críticos e desqualificação da imprensa

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, em conjunto com o PT, realiza reuniões diárias para definir estratégias de comunicação nas redes sociais. Essas reuniões, conhecidas como ‘gabinete da ousadia’, são uma réplica do ‘gabinete do ódio’ do governo Bolsonaro, e incluem influenciadores digitais governistas que participam de briefings sobre temas de interesse do governo.

Esses encontros virtuais acontecem às 8 horas da manhã, contando com a presença de assessores da Secom, do PT nacional e de lideranças do partido na Câmara e no Senado. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo (Estadão).

A Secom, que era chefiada por Paulo Pimenta e agora por Laércio Portela, não forneceu explicações ao jornal sobre a participação de servidores e a interação com influenciadores pró-governo. A rede de perfis governistas defende o presidente Lula através de ataques coordenados a críticos e desqualificação da imprensa, especialmente durante crises como a tragédia no Rio Grande do Sul. Nesse contexto, governo, PT e influenciadores têm respondido a críticas e reportagens, buscando amplificar as ações de Lula no estado.

Em 2023, o deputado federal e secretário de comunicação do PT, Jilmar Tatto, revelou a existência dessas reuniões diárias entre a Secom e os comunicadores do PT. Ele afirmou que o trabalho de comunicação é baseado em metodologia, ciência e expertise. Em entrevista ao Estadão, Tatto minimizou a participação diária do ministério nas reuniões, dizendo que elas ocorrem “às vezes, dependendo do horário”.

A agência de comunicação Polo Digital Marketing, que presta serviços ao PT desde 2021, também participa dessas reuniões matinais. Durante a campanha de 2022, a agência liderava um grupo de WhatsApp chamado ‘gabinete da ousadia’, dedicado à definição de estratégias e mensagens favoráveis à vitória de Lula.

O Papel da Secom e do PT nas Redes Sociais

Integrantes da Secom e equipes do PT realizam reuniões diárias para pautar canais e perfis petistas. Influenciadores digitais são eventualmente convocados para briefings sobre temas de interesse do Palácio do Planalto.

Jilmar Tatto, em uma reunião interna em dezembro de 2023, explicou que essas reuniões diárias visam “pautar as redes que o PT alcança”, incluindo sindicatos, movimentos sociais, prefeitos, vereadores e deputados estaduais. Ele destacou que o trabalho de comunicação “para fazer disputa política com nossos adversários” é fundamentado em metodologia, ciência e expertise. Tatto também mencionou que essa ação “não é de graça”, embora o jornal não tenha encontrado registros de repasse de verba pública para os influenciadores.

Estratégias e Interação com Influenciadores

Tatto admitiu que influenciadores digitais são ocasionalmente chamados para reuniões de pauta. Segundo ele, “Às vezes, quando tem necessidade, a gente convida um (influenciador) ou outro. A gente já fez reuniões com eles, se conecta com eles. Tenta manter um canal. Mas a gente não conseguiu ainda ter um padrão de funcionamento com eles.”

A Agência Polo Digital Marketing

Membros da Polo Digital Marketing, que presta serviços ao PT desde 2021, participam diariamente das reuniões matinais. Durante a campanha eleitoral de 2022, a sócia da agência, Clarisse Chalréo, e o superintendente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Juan Herbert Jacob Cândido Pessôa, conduziam um grupo de WhatsApp chamado ‘gabinete da ousadia’. Com pelo menos 19 funcionários, a agência mantém um contrato de prestação de serviços com o PT no valor de R$ 117,7 mil.

Resposta à Tragédia no Rio Grande do Sul

Em meio à tragédia no Rio Grande do Sul, governo, PT e influenciadores têm combatido o que chamam de fake news, incluindo críticas políticas e reportagens, para promover as ações de Lula no estado. O humorista Whindersson Nunes foi alvo das redes governistas após criticar a autopromoção da primeira-dama, Janja, na tragédia.

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