
Galeria dos Presidentes ganha nova cara após cobrança de Lula
Quadros exibem agora os períodos de governo e um QR Code com a biografia oficial de cada ex-presidente; mudança vem após críticas públicas feitas por Lula
Em um Planalto esvaziado pelo ponto facultativo pós-feriado de 1º de Maio, a galeria dos presidentes da República passou por uma reformulação nesta sexta-feira (2/5). A mudança vem cerca de quatro meses após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrar publicamente melhorias no espaço.
Agora, cada retrato de ex-presidente conta com um QR Code que leva diretamente à página do mandatário no Arquivo Nacional. Também foram adicionadas informações básicas, como os períodos de mandato e, quando aplicável, as datas de nascimento e morte.
As alterações atendem a uma demanda direta de Lula, que visitou a galeria em janeiro e criticou a falta de contexto nas informações exibidas. Durante a visita, o presidente disse que era necessário contar a verdadeira história de cada governo — com vitórias, derrotas e até rupturas institucionais.
Lula foi enfático ao afirmar que o espaço deveria mostrar, por exemplo, que Dilma Rousseff foi eleita e reeleita, mas sofreu um impeachment que ele classifica como golpe. Também destacou que Michel Temer não foi eleito, mas assumiu após a saída de Dilma, e que Jair Bolsonaro venceu as eleições com base em “mentiras”.
Na época, Lula cobrou as mudanças diretamente de Valdomiro Luis de Souza, então responsável pela galeria. Dois meses depois, Valdomiro foi destituído do cargo e rebaixado para assessor. No lugar dele, assumiu Swedenberger Barbosa, ex-número dois do Ministério da Saúde, indicado por Nísia Trindade, que também deixou o governo em fevereiro.
Segundo Lula, o objetivo da atualização é garantir que qualquer visitante da galeria compreenda o contexto histórico por trás de cada retrato. “Não estou passando tarefa, estou falando de memória e verdade histórica”, afirmou o presidente durante a cobrança.
A galeria dos presidentes havia sido destruída nos atos de 8 de janeiro de 2023, durante as invasões golpistas em Brasília. Ela foi reaberta apenas em novembro de 2024, mas só agora ganhou as atualizações exigidas por Lula.