Gargalos Logísticos Comprometem Alívio da Inflação com Supersafra no Brasil

Gargalos Logísticos Comprometem Alívio da Inflação com Supersafra no Brasil

Aumento nos custos de transporte e falta de infraestrutura colocam em risco os benefícios da colheita recorde de grãos.

A tão aguardada supersafra de grãos, que promete aliviar os preços dos alimentos no Brasil, enfrenta sérios obstáculos logísticos que podem frustrar as expectativas do governo e da população. Com uma estimativa de produção de 325,7 milhões de toneladas, a safra de 2024 esbarra na falta de infraestrutura para escoar os produtos rapidamente, o que eleva o custo do transporte e impacta o preço dos alimentos.

Em Mato Grosso, o maior produtor de soja, o preço do frete subiu impressionantes 62% entre janeiro e fevereiro deste ano. A alta foi sentida em várias partes do estado, especialmente nas rotas que conectam os produtores ao Porto de Santos, em São Paulo. Esse aumento no custo do frete afeta todo o setor, como aponta a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP.

A escalada nos preços do transporte tem repercussões em toda a economia, afetando o bolso dos consumidores e dificultando os esforços do governo para conter a inflação, principalmente no setor de alimentos. A situação é ainda mais desafiadora devido à escassez de armazéns, ao aumento do preço do diesel e à falta de mão de obra especializada no setor de transporte.

Além disso, há um movimento de caminhoneiros em direção a estados do Centro-Oeste, onde a remuneração é mais vantajosa, deixando outras regiões, como a Bahia e Goiás, com dificuldades para escoar suas produções. Como resultado, o Brasil pode enfrentar mais um ano de dificuldades logísticas, impactando tanto os preços internos quanto a competitividade do setor agrícola no cenário internacional.

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